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Oposição síria anuncia primeiro avanço nas negociações em Genebra

Após cinco dias de reuniões, negociadores do regime de Assad falaram pela primeira vez na possibilidade de um governo de transição para pacificar a Síria

 
O porta-voz da delegação de opositores sírios, Luai Safi (Fabrice Coffrini/AFP)
A oposição síria anunciou nesta quarta-feira que foi dado um "passo positivo" nas negociações com o governo do país em Genebra, no quinto dia da conferência pela paz. O avanço foi a primeira abordagem da possibilidade de um governo de transição feita pelos representantes do regime do ditador Bashar Assad. A sinalização ocorreu na sessão matutina desta quarta, presidida pelo mediador das Nações Unidas (ONU), Lakhdar Brahimi, que reuniu as delegações representantes do governo da Coalizão de Oposição Nacional.
"Hoje houve um passo positivo porque, pela primeira vez, estamos falando de uma autoridade governamental de transição", afirmou à imprensa Luai Safi, um membro da oposição, ao final da sessão. Até o momento, o regime sírio não se manifestou sobre estas declarações. O estabelecimento de um governo de transição foi prevista no acordo de Genebra I, adotado em junho de 2012 pelas grandes potências, e que está no centro das discussões em Genebra.

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A interpretação deste texto pelas duas partes em conflito é diametralmente oposta: a oposição considera que Genebra I abre caminho para uma transição sem o ditador Assad, enquanto Damasco exclui esta possibilidade e afirma que o texto evoca primeiramente o fim dos combates. Até agora, os lados encontram grande dificuldade em discutir as questões políticas para pôr fim aos conflitos na Síria que, em quase três anos, já mataram mais de 130.000 pessoas e já provocaram o êxodo de mais de 2,4 milhões de refugiados.
Por parte da ONU, há um descontentamento também pelo fracasso em chegar a um acordo sobre medidas humanitárias, especialmente sobre os moradores da cidade central de Homs, onde caminhões de ajuda humanitária esperam acesso para entregar comida e remédios.
Nova suspensão – As conversas de segunda-feira foram temporariamente interrompidas por um pedido dos representantes do regime após uma declaração condenando o apoio dos Estados Unidos aos "terroristas" – palavra usada para qualificar os rebeldes que tentam derrubar Assad. A oposição declarou ter apresentando propostas sobre a melhor maneira de avançar nas negociações, mas disse que a delegação governista não quis discuti-las. 

Brahimi anunciou que depois de ter paralisado a reunião desta terça-feira, ele convocou as partes afirmou que "esperava que acontecesse uma reunião melhor" na quarta-feira. "Ninguém está indo embora, ninguém está fugindo", afirmou Brahimi à imprensa. "Ainda não conseguimos avançar, mas seguimos tentando, e isso é suficientemente bom para mim", concluiu. Segundo, o negociador da ONU nenhum dos lados quer abandonar reunião,
Refugiados – A Grã-Bretanha acolherá de forma temporária alguns dos refugiados sírios “mais vulneráveis”, entre eles vítimas das torturas ou de agressões sexuais, anunciou nesta quarta-feira o vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg. O político liberal-democrata não apresentou números, mas indicou que os detalhes serão dados ainda hoje pela ministra britânica de Interior, Theresa May, na Câmara dos Comuns.
No entanto, Clegg disse que a Grã-Bretanha não assinará o pedido do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para que os países ocidentais aceitem cerca de 30.000 refugiados, embora tenha especificado que essa instituição apoia os planos do governo britânico de acolher alguns cidadãos sírios. O vice-primeiro-ministro lembrou que a Grã-Bretanha já forneceu 600 milhões de libras (cerca de 2,4 bilhões de reais) para ajudar as vítimas da violência na Síria.
(Com agências France-Presse e EFE)

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