Após crise cambial, reajuste de preços ameaça Argentina
Empresários dizem que repassarão alta e sindicatos pedem aumentos; governo afirma que desvalorização não afetará preços
BUENOS AIRES - As incertezas tomaram conta dos argentinos ao longo deste fim de semana, depois do início de uma crise cambial na qual o país mergulhou na semana passada. Empresários já falam em alta de preços e retiram produtos das vitrines e os sindicatos, prevendo a aceleração da inflação, afirmaram que vão pressionar por maiores altas salariais.
A expectativa sobre a escalada de preços está sendo inflada pelos temores de continuidade da persistência da alta do dólar - cuja cotação oficial aumentou 18% na semana passada, a maior desde 2002 - além da elevação das tarifas dos serviços públicos autorizadas dias atrás pela Casa Rosada.
Além disso, informações extraoficiais indicam que o governo Kirchner avalia reduzir ou eliminar os subsídios concedidos há vários anos para as empresas do setor de energia elétrica, de forma a reduzir o déficit fiscal. No entanto, isso provocaria um aumento das tarifas da eletricidade para os consumidores. As informações afirmam que o governo também autorizaria as empresas de combustíveis a elevar seus preços nas próximas semanas.
O ministro da Economia, Axel Kicillof, em diversas declarações no sábado e ontem, afirmou que a desvalorização da moeda não afetará nem preços nem salários. "Quem diz isso mente. Não vamos permitir", exclamou o ministro, que prometeu que o PIB argentino crescerá 5,1% neste ano, além de negar uma perda do poder aquisitivo dos salários. Desde que o ministro tomou posse, no dia 19 de novembro, o dólar oficial aumentou em 33%.
Por causa da desvalorização, nas últimas dez semanas a Bolsa de Valores de Buenos Aires perdeu 22% em dólares.
Supermercados. Os donos de supermercados sustentam que estão recebendo listas de seus fornecedores que indicam aumentos imediatos de até 15%. Isso complicaria o congelamento de preços de 194 produtos imposto pelo governo Kirchner no final de dezembro, que entrou em vigência na primeira semana de janeiro.
Na ocasião do lançamento do congelamento, o dólar oficial estava em 6,62 pesos. Na sexta-feira encerrou a jornada em 8,00 pesos. Entre esses dois momentos, o dólar oficial teve alta de 20,85%. Por esse motivo, o empresário Alfredo Coto, dono da maior rede de supermercados de capital nacional, declarou que "a alta do dólar fará oscilar custos dos produtos do acordo de preços".
No entanto, o secretário de Comércio, Augusto Costa, ameaçou os empresários, declarando que não hesitará em abrir importações caso seja necessário garantir a estabilidade de preços e o abastecimento.
O chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich, afirmou que o governo Kirchner "agirá com todo o rigor da lei nos casos em que ocorram abusos dos formadores de preços". Capitanich sustentou que bens com alta proporção de componentes importados, como carros e eletrodomésticos ficarão na mira do governo, que realizará "monitoramentos permanentes".
A tensão também está crescendo de forma simultânea à queda das reservas do Banco Central, utilizadas pelo governo Kirchner em sua guerra cambial. Na semana passada as reservas caíram US$ 700 milhões. Dessa forma, as reservas ficaram em US$ 29,06 bilhões. Em 2011, quando Cristina foi reeleita, estavam em US$ 52 bilhões. A oposição acusa a presidente de usar as reservas do BC como "um talão de cheques".
A expectativa sobre a escalada de preços está sendo inflada pelos temores de continuidade da persistência da alta do dólar - cuja cotação oficial aumentou 18% na semana passada, a maior desde 2002 - além da elevação das tarifas dos serviços públicos autorizadas dias atrás pela Casa Rosada.
Além disso, informações extraoficiais indicam que o governo Kirchner avalia reduzir ou eliminar os subsídios concedidos há vários anos para as empresas do setor de energia elétrica, de forma a reduzir o déficit fiscal. No entanto, isso provocaria um aumento das tarifas da eletricidade para os consumidores. As informações afirmam que o governo também autorizaria as empresas de combustíveis a elevar seus preços nas próximas semanas.
O ministro da Economia, Axel Kicillof, em diversas declarações no sábado e ontem, afirmou que a desvalorização da moeda não afetará nem preços nem salários. "Quem diz isso mente. Não vamos permitir", exclamou o ministro, que prometeu que o PIB argentino crescerá 5,1% neste ano, além de negar uma perda do poder aquisitivo dos salários. Desde que o ministro tomou posse, no dia 19 de novembro, o dólar oficial aumentou em 33%.
Por causa da desvalorização, nas últimas dez semanas a Bolsa de Valores de Buenos Aires perdeu 22% em dólares.
Supermercados. Os donos de supermercados sustentam que estão recebendo listas de seus fornecedores que indicam aumentos imediatos de até 15%. Isso complicaria o congelamento de preços de 194 produtos imposto pelo governo Kirchner no final de dezembro, que entrou em vigência na primeira semana de janeiro.
Na ocasião do lançamento do congelamento, o dólar oficial estava em 6,62 pesos. Na sexta-feira encerrou a jornada em 8,00 pesos. Entre esses dois momentos, o dólar oficial teve alta de 20,85%. Por esse motivo, o empresário Alfredo Coto, dono da maior rede de supermercados de capital nacional, declarou que "a alta do dólar fará oscilar custos dos produtos do acordo de preços".
No entanto, o secretário de Comércio, Augusto Costa, ameaçou os empresários, declarando que não hesitará em abrir importações caso seja necessário garantir a estabilidade de preços e o abastecimento.
O chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich, afirmou que o governo Kirchner "agirá com todo o rigor da lei nos casos em que ocorram abusos dos formadores de preços". Capitanich sustentou que bens com alta proporção de componentes importados, como carros e eletrodomésticos ficarão na mira do governo, que realizará "monitoramentos permanentes".
A tensão também está crescendo de forma simultânea à queda das reservas do Banco Central, utilizadas pelo governo Kirchner em sua guerra cambial. Na semana passada as reservas caíram US$ 700 milhões. Dessa forma, as reservas ficaram em US$ 29,06 bilhões. Em 2011, quando Cristina foi reeleita, estavam em US$ 52 bilhões. A oposição acusa a presidente de usar as reservas do BC como "um talão de cheques".
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