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Após 2 meses de crise, líder da Ucrânia alega ‘razões de saúde’ e pede licença

Yanukovich pega ucranianos de surpresa ao anunciar afastamento por tempo indeterminado em razão de ‘doença respiratória’ e ‘febre alta’

 
KIEV - Após dois meses de protestos na Ucrânia - os maiores desde a "Revolução Laranja", de 2005 -, o presidente do país, Viktor Yanukovich, anunciou na quinta-feira, 30, seu afastamento por tempo indeterminado em razão de "problemas de saúde". A decisão foi tomada na esteira da demissão do primeiro-ministro, Mykola Azarov, e da aprovação de uma anistia para opositores.
Yanukovich enfrenta protestos contra seu governo - /Mykhailo Markiv / AP
AP
Yanukovich enfrenta protestos contra seu governo
Yanukovich, de 63 anos, está afastado do poder para tratar uma doença respiratória não divulgada, que - segundo sua assessoria - tem causado "forte febre" no presidente. Sua saída da cena política é a principal reivindicação dos manifestantes que tomaram as ruas em dezembro, depois de o governo ter encerrado negociações para se associar à União Europeia, indicando que se aproximaria de Moscou, em vez de Bruxelas.
"O presidente da Ucrânia foi oficialmente diagnosticado com uma doença respiratória aguda e está com temperatura alta", informou o site da presidência.
Forças opositoras ucranianas disseram não acreditar na versão oficial do governo. Alguns afirmam que Yanukovich está buscando uma pausa nas negociações com a oposição, que já deixou claro que não recuará. Líderes europeus ampliaram a pressão nos últimos dias para que o presidente aceite um governo de união que inclua adversários.
Após a renúncia do premiê Azarov, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que aguardaria a formação de um novo governo na Ucrânia antes de começar a liberar a ajuda de US$ 15 bilhões que havia prometido a Kiev. Ao segurar o socorro financeiro, afirmam analistas, Putin coloca pressão para evitar que o próximo gabinete na ex-república soviética seja "demasiadamente" inclinado em direção à Europa Ocidental.
Vitali Klitschko, pugilista campeão mundial e um dos líderes da oposição, rejeita a tese de que Yanukovich está doente e, por isso, decidiu deixar temporariamente a presidência. Segundo o boxeador, o presidente ucraniano estaria preparando o terreno para voltar a impor um estado de emergência, dias após ter concordado em revogar parte das leis de exceção. Essa tem sido uma das principais preocupações da oposição desde a morte de três manifestantes em Kiev, há duas semanas.
"Eu lembro como, no período da União Soviética (da qual a Ucrânia fazia parte), isso era um mau sinal: sempre que um líder soviético tinha de tomar uma decisão impopular, ele ia antes para o hospital", afirmou Klitschko.
Assessores de Yanukovich afirmam que o presidente ainda está no comando do país, mas não há informações sobre quanto tempo ele precisará para se recuperar. Tampouco foi esclarecido o que ele fará no período de afastamento temporário. A presidência ucraniana reforça que Yanukovich já teve duas licenças por razões de saúde - uma delas por problemas respiratórios e a outra para operar o joelho.
Na quarta-feira, os governistas do Partido das Regiões, de Yanukovich, e o Partido Comunista aprovaram uma anistia que só entrará em vigor quando os ativistas opositores abandonarem todos os edifícios administrativos que ocupam desde o início dos grandes protestos no final de novembro.
Os partidos da oposição, que exigiam a aprovação de uma anistia sem nenhum tipo de condições e não participaram da votação, já deixaram claro que não cumprirão as exigências da lei. / REUTERS e EFE

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