Civis poderão deixar Homs, determina negociação síria
Mulheres e crianças terão segurança para fugir de cidade cercada pelas forças do governo, diz mediador da crise
GENEBRA - As negociações de paz entre o regime sírio e os rebeldes que tentam depor o ditador Bashar Assad produziram seu primeiro efeito concreto neste domingo, 26. De acordo com o mediador internacional para a crise, Lakhdar Brahimi, os civis encurralados em Homs - cidade síria sob cerco das forças do governo - poderão "a partir de agora" deixar a localidade, fugindo dos intensos combates da região.
Brahimi reconheceu que o acordo sobre Homs não alcançou a esperança que o mediador tinha, de organizar um comboio de ajuda humanitária. Mas mulheres e crianças já poderiam sair da cidade a partir deste domingo. "Vai levar tempo para retirar a Síria do fosso em que caiu."
Homs, uma das primeiras cidades sírias a se insurgir contra o regime, foi atacada granadas de morteiros neste domingo.
Brahimi defendeu o lento ritmo das conversas de paz em Genebra. As dúvidas sobre se a negociação chegará a tratar do futuro político da Síria. "Acho que ir devagar demais é uma maneira melhor do que rápido demais. Se você corre, pode ganhar uma hora - e perder uma semana."
De acordo com Brahimi, o tema mais espinhoso das conversas, um eventual governo interino de transição, não seria discutido neste domingo. "Acho que isso diminui a importância dessa conferência e o objetivo que traçado para ela", afirmou Bouthaina Shaaban, conselheiro de Assad.
Os negociadores da Coalizão Nacional Síria - que tem o apoio do Ocidente e reúne insurgentes exilados, em sua maioria - alegam que o ditador perdeu sua legitimidade, por reprimir militarmente os protestos pacíficos que pediam sua renúncia, há quase três anos. Para os opositores, Assad não pode mais governar, após ter ordenado ataques contra seu próprio povo.
Os representantes do regime, por sua vez, afirmam que os rebeldes que combatem as forças do governo são predominantemente terroristas e alegam que Assad é a única pessoa capaz de terminar com a guerra civil que já deixou mais de 130 mil mortos.
Além de estabelecer o acordo preliminar sobre Homs, os rivais sírios discutiram ajuda humanitária e libertação de prisioneiros na sessão que mantiveram na manhã deste domingo - que tinha como objetivo construir algum tipo de confiança entre as partes.
Ambos os lados, porém, discordavam até nas questões mais básicas e o Brahimi teve de se reunir separadamente com cada delegação. A intenção, segundo o delegado opositor Ahmed Ramadan, era abrir caminho para a discussão da aplicação do pacto Genebra 1, elaborado em 2012, que pede a implementação de um governo de transição na Síria por meio de mútuo acordo entre o regime e os rebeldes. / AP e REUTERS
Reuters
Sob alvo do conflito, Homs foi uma das primeiras cidades sírias a se insurgir contra o regime
Homs, uma das primeiras cidades sírias a se insurgir contra o regime, foi atacada granadas de morteiros neste domingo.
Brahimi defendeu o lento ritmo das conversas de paz em Genebra. As dúvidas sobre se a negociação chegará a tratar do futuro político da Síria. "Acho que ir devagar demais é uma maneira melhor do que rápido demais. Se você corre, pode ganhar uma hora - e perder uma semana."
De acordo com Brahimi, o tema mais espinhoso das conversas, um eventual governo interino de transição, não seria discutido neste domingo. "Acho que isso diminui a importância dessa conferência e o objetivo que traçado para ela", afirmou Bouthaina Shaaban, conselheiro de Assad.
Os negociadores da Coalizão Nacional Síria - que tem o apoio do Ocidente e reúne insurgentes exilados, em sua maioria - alegam que o ditador perdeu sua legitimidade, por reprimir militarmente os protestos pacíficos que pediam sua renúncia, há quase três anos. Para os opositores, Assad não pode mais governar, após ter ordenado ataques contra seu próprio povo.
Os representantes do regime, por sua vez, afirmam que os rebeldes que combatem as forças do governo são predominantemente terroristas e alegam que Assad é a única pessoa capaz de terminar com a guerra civil que já deixou mais de 130 mil mortos.
Além de estabelecer o acordo preliminar sobre Homs, os rivais sírios discutiram ajuda humanitária e libertação de prisioneiros na sessão que mantiveram na manhã deste domingo - que tinha como objetivo construir algum tipo de confiança entre as partes.
Ambos os lados, porém, discordavam até nas questões mais básicas e o Brahimi teve de se reunir separadamente com cada delegação. A intenção, segundo o delegado opositor Ahmed Ramadan, era abrir caminho para a discussão da aplicação do pacto Genebra 1, elaborado em 2012, que pede a implementação de um governo de transição na Síria por meio de mútuo acordo entre o regime e os rebeldes. / AP e REUTERS
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