Ex-diretor da CPTM aponta ação de lobistas em licitações
Benedito Chiaradia disse à Corregedoria que ‘isso ocorre através de empresas de consultoria, geralmente através dos corretores de contrato’
O advogado Benedito Dantas Chiaradia, ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), disse que o consultor Arthur Teixeira – apontado pela Polícia Federal como lobista do cartel metroferroviário em São Paulo – era “corretor de contratos”.
Em depoimento à Corregedoria Geral da Administração (CGA), órgão vinculado à Casa Civil do governo de São Paulo, no dia 10 de outubro de 2013, Chiarada afirmou que “embora Arthur Teixeira se apresentasse como engenheiro de formação, a atuação dele era somente comercial e não técnica”.
Chiaradia depôs perante três corregedores e o procurador do Estado Roberto Castellanos Pfeiffer.
Indagado pelos corregedores se existia “a participação de supostos lobistas nos processos licitatórios do Metrô e da CPTM”, Chiaradia “respondeu afirmativamente, dizendo que isso ocorre através de empresas de consultoria, geralmente através dos corretores de contrato”.
A Corregedoria investiga no âmbito administrativo denúncia sobre ação do cartel que, segundo a Siemens, multinacional alemã, teria operado entre 1998 e 2008 – período dos governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos os PSDB -, e também no Distrito Federal.
A denúncia é investigada pelo Ministério Público Estadual, por meio a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social. A Polícia Federal conduziu inquérito criminal até o início de dezembro, quando o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por haver citação de deputados federais, que têm foro privilegiado perante a Corte.
Entre 1999 e 2002, Chiaradia exerceu a função de diretor administrativo da CPTM. Ele afirmou aos corregedores que “nunca ouviu falar” sobre cartel de trens.
Indagado se teve contato com os consultores Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira (já falecido), ele respondeu que “essas pessoas eram conhecidas por exercer a função de corretor de contrato”.
Lobista. Sobre Arthur Teixeira, o ex-diretor da CPTM acrescentou que “sabia que o mesmo tinha como atribuição a aproximação de empresas, na verdade, realização de lobby”. Segundo Chiaradia, o consultor Arthur Teixeira “era próximo de Oliver Hossepian (ex-presidente da CPTM), e também de outros diretores, como Zaniboni (João Roberto) e Lavorente, que eram os diretores de operação e manutenção da CPTM”.
Zaniboni já foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, crime financeiro e formação de cartel. Ele teria recebido propinas. Seu advogado, o criminalista Luiz Fernando Pacheco, contesta o indiciamento. “Zaniboni recebeu por consultoria que prestou antes de assumir o cargo de diretor na CPTM.”
Chiaradia disse, ainda, que em 1996 foi designado pelo então governador Mário Covas para acompanhar um grupo que iria se reunir em Paris para negociar o financiamento de 30 trens espanhóis que seriam adquiridos pelo Consórcio Cofesbra. Segundo ele, o financiamento seria concedido pelo Société Générale, instituição financeira francesa.
O ex-diretor da CPTM disse que nessa viagem “encontrou, coincidentemente, a pessoa do sr. Arthur Teixeira em frente ao hotel em que estavam hospedados os representantes do governo do Estado de São Paulo.”
O criminalista Eduardo Pizarro Carnelós, que defende Arthur Teixeira, rechaça a acusação de que seu cliente tenha agido como lobista. “O sr. Arthur é um engenheiro que detém amplo conhecimento do setor metroferroviário, um respeitado engenheiro formado pela Escola Politécnica em 1959.”
Carnelós não admite suspeitas de que Teixeira tenha atuado como pagador de propinas. “O sr. Arthur jamais se prestaria a um papel desses, é um homem honrado.”
O advogado Benedito Dantas Chiaradia, ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), disse que o consultor Arthur Teixeira – apontado pela Polícia Federal como lobista do cartel metroferroviário em São Paulo – era “corretor de contratos”.
Em depoimento à Corregedoria Geral da Administração (CGA), órgão vinculado à Casa Civil do governo de São Paulo, no dia 10 de outubro de 2013, Chiarada afirmou que “embora Arthur Teixeira se apresentasse como engenheiro de formação, a atuação dele era somente comercial e não técnica”.
Chiaradia depôs perante três corregedores e o procurador do Estado Roberto Castellanos Pfeiffer.
Indagado pelos corregedores se existia “a participação de supostos lobistas nos processos licitatórios do Metrô e da CPTM”, Chiaradia “respondeu afirmativamente, dizendo que isso ocorre através de empresas de consultoria, geralmente através dos corretores de contrato”.
A Corregedoria investiga no âmbito administrativo denúncia sobre ação do cartel que, segundo a Siemens, multinacional alemã, teria operado entre 1998 e 2008 – período dos governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos os PSDB -, e também no Distrito Federal.
A denúncia é investigada pelo Ministério Público Estadual, por meio a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social. A Polícia Federal conduziu inquérito criminal até o início de dezembro, quando o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por haver citação de deputados federais, que têm foro privilegiado perante a Corte.
Entre 1999 e 2002, Chiaradia exerceu a função de diretor administrativo da CPTM. Ele afirmou aos corregedores que “nunca ouviu falar” sobre cartel de trens.
Indagado se teve contato com os consultores Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira (já falecido), ele respondeu que “essas pessoas eram conhecidas por exercer a função de corretor de contrato”.
Lobista. Sobre Arthur Teixeira, o ex-diretor da CPTM acrescentou que “sabia que o mesmo tinha como atribuição a aproximação de empresas, na verdade, realização de lobby”. Segundo Chiaradia, o consultor Arthur Teixeira “era próximo de Oliver Hossepian (ex-presidente da CPTM), e também de outros diretores, como Zaniboni (João Roberto) e Lavorente, que eram os diretores de operação e manutenção da CPTM”.
Zaniboni já foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, crime financeiro e formação de cartel. Ele teria recebido propinas. Seu advogado, o criminalista Luiz Fernando Pacheco, contesta o indiciamento. “Zaniboni recebeu por consultoria que prestou antes de assumir o cargo de diretor na CPTM.”
Chiaradia disse, ainda, que em 1996 foi designado pelo então governador Mário Covas para acompanhar um grupo que iria se reunir em Paris para negociar o financiamento de 30 trens espanhóis que seriam adquiridos pelo Consórcio Cofesbra. Segundo ele, o financiamento seria concedido pelo Société Générale, instituição financeira francesa.
O ex-diretor da CPTM disse que nessa viagem “encontrou, coincidentemente, a pessoa do sr. Arthur Teixeira em frente ao hotel em que estavam hospedados os representantes do governo do Estado de São Paulo.”
O criminalista Eduardo Pizarro Carnelós, que defende Arthur Teixeira, rechaça a acusação de que seu cliente tenha agido como lobista. “O sr. Arthur é um engenheiro que detém amplo conhecimento do setor metroferroviário, um respeitado engenheiro formado pela Escola Politécnica em 1959.”
Carnelós não admite suspeitas de que Teixeira tenha atuado como pagador de propinas. “O sr. Arthur jamais se prestaria a um papel desses, é um homem honrado.”
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