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Ucrânia está 'à beira da guerra civil', diz ex-presidente Kravchuk

Serhiy Arbuzov, primeiro-ministro interino, afirmou que a ajuda financeira russa de 2 bilhões de dólares chegará ao país 'muito em breve'

O ex-presidente ucraniano, Leonid Kravchuk, em discurso durante sessão extraordinária do Parlamento
O ex-presidente ucraniano, Leonid Kravchuk, em discurso durante sessão extraordinária do Parlamento  (AFP)
A Ucrânia está "à beira de uma guerra civil" em consequência do confronto entre as autoridades e os opositores em todo o país, afirmou nesta quarta-feira no Parlamento o ex-presidente do país Leonid Kravchuk, primeiro a assumir o poder após a independência da Ucrânia, e que governou entre 1991 e 1994. "Todo o mundo percebe e a Ucrânia percebe que o país está à beira da guerra civil", declarou, antes de pedir aos deputados a adoção de "um plano de solução do conflito". O discurso foi muito aplaudido.
"Há autoridades paralelas no país e uma revolta de fato", disse Kravchuk, em referência aos manifestantes que forçaram a renúncia do governo e assumiram o controle das administrações locais de várias partes do país. "É uma revolução. É uma situação dramática na qual devemos atuar com a maior responsabilidade", disse aos deputados. "Precisamos reduzir o confronto entre as partes e estabelecer um plano para solucionar o conflito. Precisamos trabalhar neste plano passo a passo para aliviar o confronto", destacou no Parlamento, onde também estavam presentes seus sucessores Leonid Kuchma (1994 – 2005) e Viktor Yushchenko (2005 – 2010).

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Ajuda russa – O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Serhiy Arbuzov, disse nesta quarta-feira que espera para "muito em breve" o desembolso da segunda parcela, de 2 bilhões de dólares, de um pacote total de 15 bilhões de dólares de ajuda russa. A Ucrânia foi tomada por uma onda de agitação política e social desde que o presidente Viktor Yanukovich recuou de um acordo de comércio com a Europa, em novembro do ano passado. (Continue lendo o texto)

"Nós já recebemos a primeira parcela de 3 bilhões de dólares e esperamos receber a segunda parcela de 2 bilhões de dólares muito em breve", disse Arbuzov na primeira reunião de gabinete como primeiro-ministro em exercício. Arbuzov, que assumiu na terça-feira após a renúncia do primeiro-ministro Nikolai Azarov, também disse que o banco central ucraniano está assegurando a estabilidade dos mercados financeiros. O premiê interino não fez qualquer menção a possíveis alterações da política de seu antecessor de segurar a moeda local atrelada ao dólar e manter subsídios para o gás doméstico – duas medidas criticadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Saiba mais:
​Por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia? 
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Na terça-feira, um pacote de leis antiprotestos aprovado às pressas em resposta aos confrontos cada vez mais violentos entre manifestantes e a polícia foi revogado pelo Parlamento. Um debate entre os parlamentares sobre a anistia para todos os manifestantes presos e sobre reformas propostas à Constituição ucraniana deve acontecer nesta quarta-feira.

(Com agência France-Presse)

Cronologia dos protestos na Ucrânia

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A recusa ucraniana - 29 de novembro

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovych (esq), ao lado do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz A União Europeia (UE) não conseguiu convencer a Ucrânia a assinar um acordo selando sua aproximação com o Ocidente, em função da pressão de Moscou, o que constitui uma derrota para os europeus. No final da terceira cúpula da Parceria Oriental entre a UE e seis ex-repúblicas soviéticas - Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Bielo-Rússia, Armênia e Azerbaijão - os resultados foram aquém do esperado. Somente Moldávia e Geórgia assinaram o acordo. O presidente ucraniano Viktor Yanukovych explicou que, antes de firmar um acordo, Kiev necessita "de um programa de ajuda financeira e econômica" da UE. "Não se pode, tal e como quer o presidente ucraniano, pedir que paguemos para que a Ucrânia entre nesta associação", retrucou François Hollande, presidente da França. Saiba mais sobre por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia.

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