Dilma caça investimento e promete segurança
Presidente assegura respeito a contratos e cenário econômico estável e seguro
DAVOS - Caçar investimentos foi a atividade principal da presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, 24, nas montanhas suíças. O Brasil é uma das mais amplas fronteiras de oportunidades e precisa do capital privado para fortalecer e expandir sua economia, disse a presidente numa sessão do Fórum Econômico Mundial.
Num discurso de pouco mais de meia hora, ela procurou blindar todos os pontos mais vulneráveis: o governo respeita contratos, tenta simplificar a atividade empresarial, combate a inflação e procura manter as contas públicas em bom estado, assegurou. Um recado eficiente para quem nunca ouviu falar da contabilidade criativa. O dia foi dedicado também a reuniões fechadas com empresários.
O investimento externo, disse a presidente quase no fim do discurso, sempre foi bem recebido e seu governo tem "tomado medidas para facilitar ainda mais essa relação". Em seguida, recomendou: "Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer essa realidade".
Ela se dispensou de enumerar esses aspectos, mas a referência à conjuntura talvez dê algumas pistas. Podem ser três anos com crescimento anual médio próximo de 2%, muito baixo para um emergente, e a inflação muito longe da meta.
Seu discurso passou quase sempre longe desses "aspectos", mas a presidente insistiu em realçar o compromisso com a estabilidade dos preços. Não há transigência com a inflação, o objetivo é sempre o "centro da meta", os números finais têm ficado na margem de tolerância e "a estabilidade da moeda é hoje um valor central do País", afirmou. Destacou também a redução da dívida pública, tanto líquida quanto bruta.
Foco. Na maior parte do tempo, a presidente procurou fugir dos temas da conjuntura e, portanto, dos piores resultados de seus três anos de governo. Tentou manter o foco nas questões de médio e de longo prazos, olhando tanto para trás quanto para a frente. Enfatizou o resgate de 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, a elevação da renda mediana das famílias, a ampliação da classe média, o baixo desemprego e os programas de inclusão educacional e acentuou o enorme potencial de consumo dessa população, com acesso recente aos confortos dos equipamentos modernos.
Ao falar sobre o crescimento, deixou de lado o desempenho dos últimos três anos e as projeções para 2014, ainda ruins, e concentrou a exposição nas políticas de crescimento. Falou longamente, e com muitos números, sobre as concessões de setores da infraestrutura ao capital privado,
Mencionou, entre outros detalhes, a concessão de mais de 4 mil quilômetros a grupos particulares, a transferência de seis grandes aeroportos a consórcios empresariais, a nova regulação dos portos e as três licitações de petróleo e gás no ano passado, com destaque para o campo de Libra, com potencial estimado entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris.
Falou sobre as manifestações do ano passado e sobre a disposição do governo de ouvir a voz das ruas e usou esse tema como passagem para os planos de política urbana, com investimentos previstos em transporte, saneamento e habitação.
Não detalhou os atrasos na execução dos planos, incluídos aqueles vinculados à Copa do Mundo, mas discorreu sobre as dificuldades de executar projetos - a vigilância do Tribunal de Contas e da Controladoria-Geral da União, as normas ambientais e os cuidados com os índios. Não explicou por que o governo tem tanta dificuldade para fazer projetos compatíveis com as regras de controle financeiro, conhecidas e disponíveis para toda a administração pública.
O discurso durou 30 minutos e meio e foi muito longo para os padrões. Não sobrou tempo para as perguntas habituais do apresentador das sessões especiais, o fundador e presidente do fórum, Klaus Schwab. No dia anterior, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, gastou menos tempo para apresentar um discurso muito bem estruturado sobre temas politicamente delicados e ainda teve tempo de responder, até com humor, a algumas boas perguntas de Schwab.
Notícias Relacionadas
- Mantega nega ‘crise de meia-idade’ dos Brics em Davos
- FMI corta, de novo, projeção de avanço do PIB do Brasil em 2014
- ENTREVISTA-Boeing está otimista com Brasil mesmo após perder negócio de caças
- Dilma promete Jogos seguros e presidente do COI diz 'confiar' no Rio
- Dilma anuncia investimento de R$ 1 bi no Semiárido
O investimento externo, disse a presidente quase no fim do discurso, sempre foi bem recebido e seu governo tem "tomado medidas para facilitar ainda mais essa relação". Em seguida, recomendou: "Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer essa realidade".
Ela se dispensou de enumerar esses aspectos, mas a referência à conjuntura talvez dê algumas pistas. Podem ser três anos com crescimento anual médio próximo de 2%, muito baixo para um emergente, e a inflação muito longe da meta.
Seu discurso passou quase sempre longe desses "aspectos", mas a presidente insistiu em realçar o compromisso com a estabilidade dos preços. Não há transigência com a inflação, o objetivo é sempre o "centro da meta", os números finais têm ficado na margem de tolerância e "a estabilidade da moeda é hoje um valor central do País", afirmou. Destacou também a redução da dívida pública, tanto líquida quanto bruta.
Foco. Na maior parte do tempo, a presidente procurou fugir dos temas da conjuntura e, portanto, dos piores resultados de seus três anos de governo. Tentou manter o foco nas questões de médio e de longo prazos, olhando tanto para trás quanto para a frente. Enfatizou o resgate de 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, a elevação da renda mediana das famílias, a ampliação da classe média, o baixo desemprego e os programas de inclusão educacional e acentuou o enorme potencial de consumo dessa população, com acesso recente aos confortos dos equipamentos modernos.
Ao falar sobre o crescimento, deixou de lado o desempenho dos últimos três anos e as projeções para 2014, ainda ruins, e concentrou a exposição nas políticas de crescimento. Falou longamente, e com muitos números, sobre as concessões de setores da infraestrutura ao capital privado,
Mencionou, entre outros detalhes, a concessão de mais de 4 mil quilômetros a grupos particulares, a transferência de seis grandes aeroportos a consórcios empresariais, a nova regulação dos portos e as três licitações de petróleo e gás no ano passado, com destaque para o campo de Libra, com potencial estimado entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris.
Falou sobre as manifestações do ano passado e sobre a disposição do governo de ouvir a voz das ruas e usou esse tema como passagem para os planos de política urbana, com investimentos previstos em transporte, saneamento e habitação.
Não detalhou os atrasos na execução dos planos, incluídos aqueles vinculados à Copa do Mundo, mas discorreu sobre as dificuldades de executar projetos - a vigilância do Tribunal de Contas e da Controladoria-Geral da União, as normas ambientais e os cuidados com os índios. Não explicou por que o governo tem tanta dificuldade para fazer projetos compatíveis com as regras de controle financeiro, conhecidas e disponíveis para toda a administração pública.
O discurso durou 30 minutos e meio e foi muito longo para os padrões. Não sobrou tempo para as perguntas habituais do apresentador das sessões especiais, o fundador e presidente do fórum, Klaus Schwab. No dia anterior, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, gastou menos tempo para apresentar um discurso muito bem estruturado sobre temas politicamente delicados e ainda teve tempo de responder, até com humor, a algumas boas perguntas de Schwab.
Comentários
Postar um comentário