Pular para o conteúdo principal

Telefónica torna-se sócia majoritária da controladora da TIM

Grupo espanhol traçou plano ousado para ampliar, aos poucos, influência sobre a Telco, controladora da Telecom Itália

Logotipo da Telecom Itália
A Telco detém 22,4% da Telecom Itália. Telefónica está de olho em toda a fatia             
O grupo espanhol Telefónica, dono da Vivo no Brasil, vai assumir o controle da holding Telco, principal acionista da Telecom Italia, controladora da TIM. Na prática, a Telefónica se tornará acionista majoritária da empresa italiana, mediante um complexo acordo que fortalecerá sua influência sobre uma importante rival na América do Sul - e permitirá a seus sócios italianos se livrarem de um investimento não lucrativo.
Pelo acordo firmado, a Telefónica aumentará sua participação na Telco de 46% para 66% inicialmente, via um aumento de capital de 324 milhões de euros direcionados a pagar dívidas da empresa, disseram os sócios da Telco em comunicado. A holding controla a Telecom Italia com uma fatia de 22,4% do capital social. A Assicurazioni Generali, com 31%, a Intesa Sanpaolo, com 11,6%, e a Mediobanca, também com 11,6%, completam a estrutura acionária da Telco. Recentemente, os acionistas da Telco começaram a discutir uma mudança na estrutura acionária. Em 28 de setembro expira o acordo que os mantêm unidos.
A Telefónica ofereceu 1,09 euro para cada ação da Telecom Italia, quase o dobro do atual preço de mercado da companhia italiana. Assim, encerram-se meses de especulações sobre o futuro da companhia italiana. Nos últimos dias aumentaram os rumores de que o grupo, por apresentar sérios problemas financeiros, poderia vender a TIM no Brasil.
Leia mais: Telefónica chega a acordo para aumentar fatia na Telecom Italia
A ideia da empresa espanhola é, em uma segunda fase, elevar sua participação na Telco para 70%, equivalente a quase 16% da Telecom Italia, por meio de um segundo aumento de capital. Mais adiante, o grupo espanhol ainda poderá comprar o restante da participação de todos os sócios da Telco.
Leia também: Lucro da TIM sobe para R$ 385,5 milhões no 2º trimestre
A estrutura do acordo dá mais tempo para a Telecom Italia estudar uma possível venda da TIM Participações no Brasil e prosseguir com o plano de separação de sua rede fixa, ativo visto como estratégico por políticos italianos. Por outro lado, analistas acreditam que o acordo fortalecerá a influência da Telefónica sobre a Telecom Italia sem ter de forçar o grupo espanhol a fazer uma oferta completa de aquisição da empresa. "É a velha história", disse Roberto Lottici, gerente de fundos da Ifigest. "É bom para a Telecom Italia porque vai fortalecer a empresa e é bom para os acionistas italianos na Teleco. Mas estes grandes acordos sempre passam por cima das cabeças dos investidores minoritários."
Detalhes - O acordo também impede que as ações da Telecom Italia detidas pelos sócios da Telco caiam nas mãos de um rival. Fontes afirmaram anteriormente que a americana AT&T e o bilionários egípcio Naguib Sawiris fizeram contatos para comprar a Telecom Italia.
Os direitos de voto detidos pela Telefónica na Telco continuarão os mesmos inicialmente e poderão ser ampliados para 64,9% a partir de janeiro de 2014 se o acordo receber aprovações de autoridades em mercados importantes como Brasil e Argentina. Os sócios na Telco também terão mais nove meses para saírem do acordo de acionistas da holding.
(Com agência Reuters)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular