Pular para o conteúdo principal

Bancos estão prontos para fim dos estímulos do Fed, diz BC

Liquidez dos bancos cai, mas segue confortável, mostra o Relatório de Estabilidade Financeira

Banco Central do Brasil, em Brasília
Banco Central do Brasil, em Brasília (Divulgação)
O sistema bancário brasileiro está preparado para o caso de haver um desmonte de incentivos monetários nos Estados Unidos, afirmou o diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, nesta quinta-feira.
Segundo ele, os testes de estresse realizados apontam que o sistema tem folga do ponto de vista de capital e liquidez. "Destaco que o sistema resistiu plenamente a estas variações", afirmou, referindo-se aos testes. O BC divulgou nesta quinta-feira o Relatório de Estabilidade Financeira.
Leia também:
Brasil está pronto para nova política do Fed, diz Tombini
Tombini desmente Mantega sobre redução da intervenção cambial

O índice de liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN) brasileiro permaneceu elevado no primeiro semestre de 2013, apesar da queda no valor em estoque de títulos públicos federais e de maior vinculação de ativos líquidos para atender ao aumento de demanda por garantias em bolsa.
O índice considerado ideal para os ativos líquidos sobre o fluxo de caixa é de 1, e o Sistema Financeiro Nacional ficou em 1,6, o que, para Meirelles, é "mais que o suficiente para fazer frente a uma situação de estresse". Este indicador foi de 1,91 em dezembro de 2012, e de 1,60, em junho do ano passado.
Embora o índice de liquidez tenha se reduzido, principalmente ao final do semestre, a queda foi em parte amenizada pela menor velocidade na expansão do crédito nos bancos privados. O relatório informa que o crédito concedido pelo sistema financeiro nacional cresceu de forma mais moderada, sustentado pelo crescimento do crédito nos bancos públicos, que continuaram a aumentar a participação na carteira total.
Meirelles afirmou que nenhuma instituição apresentou dificuldade de liquidez nos momentos de maior volatilidade no primeiro semestre, e que os bancos estão menos alavancados - diferença entre o dinheiro em caixa e o valor emprestado, "robustos e bem provisionados".
Em relação aos bancos médios, que tiveram vários episódios recentes de liquidação pelo BC, o diretor afirmou que não existe um problema sistêmico. "Tivemos problemas isolados, específicos e relacionados mais à gestão do que a problemas sistêmicos. Foram problemas de má gestão que mereceram a ação do BC", afirmou.
Migração — O BC afirma que houve continuidade no movimento de migração de crédito tanto de pessoas físicas quanto jurídicas para modalidades de menor risco, com taxas mais baixas e prazos mais longos, o que contribuiu para reduzir o comprometimento de renda das famílias e da receita das empresas. "A inadimplência da carteira total recuou, principalmente devido à queda nos atrasos nas operações de crédito com pessoa física", afirma.
Leia ainda:
Bancos podem financiar um terço das concessões, diz Coutinho

Lucro — O lucro líquido do sistema bancário se manteve estável, segundo o relatório do BC. O documento afirma que o lucro líquido foi limitado, no entanto, pelo fraco crescimento do resultado de intermediação financeira, em razão da redução das margens brutas de crédito, do arrefecimento das concessões de crédito, com menor geração de receitas, e do impacto negativo da marcação a mercado da carteira de títulos. "Apesar disso, permaneceu robusto e eminentemente oriundo de operações financeiras de natureza recorrente, sobretudo bancárias e de seguros", trouxe o relatório.
(Reuters)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular