Síria aceita negociar a paz no país sem 'pré-condições', e nega guerra civil
Do UOL, em São Paulo
O chanceler da Síria, Walid Muallem, afirmou nesta segunda-feira (30), que não há guerra civil no país, e, sim, um enfrentamento contra grupos terroristas 'de 83 nacionalidades'. Ele discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
"O que acontece no meu país é claro, mas alguns não querem reconhecer que a Al-Qaeda e seus grupos afiliados estão lutando na Síria", afirmou.
Muallem aproveitou para se dirigir aos Estados Unidos e França – que defendiam uma intervenção militar no país. Sem citar nomes, ele disse que "alguns países lançaram guerras para combater o terrorismo, mas no meu país eles financiam terroristas".
De acordo com ele, "esses Estados são bem conhecidos, e buscam intervenções sem o consenso do Conselho do Segurança da ONU".
O chanceler também afirmou que rebeldes estão por trás dos ataques químicos denunciados no país, e disse que o governo do ditador Bashar al-Assad está comprometido a eliminar estes armamentos de seu arsenal.
Ele garantiu que seu governo aceita comparecer a uma conferência de paz em Genebra "sem pré-condições" para solucionar a "guerra contra o terrorismo", mas pediu o fim de "todas as hostilidades" contra seu país.
"O fim das políticas agressivas contra a Síria é o primeiro passo para uma solução em meu país. Qualquer solução política, tendo em vista o contínuo apoio ao terrorismo, seja fornecendo armas, financiando ou treinando, é uma mera ilusão e equívoco", disse o ministro no plenário da Assembleia Geral.
Ele defendeu a criação de uma zona livre das armas de destruição em massa no Oriente Médio, e afirmou que Israel deveria assinar os tratados de não proliferação nuclear.
Muallem criticou as sanções feitas pela União Europeia e pelos Estados Unidos, afirmando que essas medidas ajudam a piorar a situação humanitária no país.
O documento condena qualquer uso de armas químicas na Síria, em especial o ataque realizado no último dia 21 de agosto nos subúrbios de Damasco, que foi denunciado por rebeldes.
A resolução prevê sanções automáticas e não faz referência ao capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que estabelece o uso da força em caso de descumprimentos dos direitos humanos, como já era esperado. Caso seja descumprida, medidas estabelecidas no capítulo 7 deverão ser estudadas em uma eventual nova resolução.
"O que acontece no meu país é claro, mas alguns não querem reconhecer que a Al-Qaeda e seus grupos afiliados estão lutando na Síria", afirmou.
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30.set.2013 - Rebelde sírio monta guarda em casa destruída de Deir al-Zor, nesta segunda-feira (30). O ministro das Relações Exteriores, Walid Muallem, disse nas Nações Unidas que seu governo aceita comparecer a uma conferência de paz em Genebra "sem pré-condições" Khalil Ashawi/Reuters
De acordo com ele, "esses Estados são bem conhecidos, e buscam intervenções sem o consenso do Conselho do Segurança da ONU".
O chanceler também afirmou que rebeldes estão por trás dos ataques químicos denunciados no país, e disse que o governo do ditador Bashar al-Assad está comprometido a eliminar estes armamentos de seu arsenal.
Ele garantiu que seu governo aceita comparecer a uma conferência de paz em Genebra "sem pré-condições" para solucionar a "guerra contra o terrorismo", mas pediu o fim de "todas as hostilidades" contra seu país.
"O fim das políticas agressivas contra a Síria é o primeiro passo para uma solução em meu país. Qualquer solução política, tendo em vista o contínuo apoio ao terrorismo, seja fornecendo armas, financiando ou treinando, é uma mera ilusão e equívoco", disse o ministro no plenário da Assembleia Geral.
Ele defendeu a criação de uma zona livre das armas de destruição em massa no Oriente Médio, e afirmou que Israel deveria assinar os tratados de não proliferação nuclear.
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Issa, 10, mede o diâmetro de um morteiro durante dia de trabalho em uma fábrica de armas do Exército Livre da Síria em Aleppo, reduto da revolta contra o regime de Bashar Assad. Ele trabalha com o pai na fábrica por dez horas todos os dias, exceto às sextas-feiras Leia mais Hamid Khatib/Reuters
Resolução da ONU
O Conselho de Segurança adotou na semana passada por unanimidade a resolução que visa a destruição das armas químicas na Síria. De acordo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, esta se trata de uma "votação histórica".O documento condena qualquer uso de armas químicas na Síria, em especial o ataque realizado no último dia 21 de agosto nos subúrbios de Damasco, que foi denunciado por rebeldes.
A resolução prevê sanções automáticas e não faz referência ao capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que estabelece o uso da força em caso de descumprimentos dos direitos humanos, como já era esperado. Caso seja descumprida, medidas estabelecidas no capítulo 7 deverão ser estudadas em uma eventual nova resolução.
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