Com encontro de chanceleres, EUA e Irã terão mais alto contato diplomático em 34 anos
No mais alto contato oficial entre Irã e EUA desde a Revolução Islâmica, em 1979, os chefes da diplomacia dos dois países se encontrarão amanhã ou quinta-feira às margens da Assembleia-Geral da ONU, durante uma reunião multilateral para discutir o programa nuclear iraniano.
Os planos de encontro, anunciados ontem pela União Europeia, sucedem sinais apaziguadores enviados pelo novo presidente iraniano, Hasan Rowhani, que fará hoje seu primeiro discurso no plenário da ONU.
O contato entre o chanceler Mohamad Javad Zarif e o secretário de Estado John Kerry confirma a aparente disposição de Teerã e Washington em ensaiar diálogo em alto nível capaz de pôr fim ao impasse no programa atômico.
Segundo Catherine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), o objetivo da reunião é preparar as próximas negociações formais sobre o programa nuclear, no próximo mês em Genebra (Suíça).
Ashton tem mandato para negociar com o Irã em nome do grupo de potências conhecido como P5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha). Conversas atômicas, que se arrastam há uma década, até hoje nunca incluíram a participação de um chanceler iraniano.
Ashton teve ontem um primeiro encontro com Zarif. Ela chamou a conversa de "boa e construtiva", reforçando o otimismo gerado no Ocidente pela inesperada eleição de Rowhani, em junho.
O iraniano prometeu reverter o tom de confronto de seu polêmico antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, e convencer potências ocidentais a levantar sanções que sufocam a economia iraniana.
Como parte de uma operação política antes da ida a Nova York, Rowhani assegurou que o Irã jamais buscará a bomba atômica e se disse disposto a dar mais garantias de transparência sobre as atividades nucleares iranianas, pretensamente voltadas a fins medicinais e energéticos.
Rowhani também ordenou a libertação de presos políticos -ao menos 80 foram soltos ontem.
Obama já se disse disposto a "testar" as intenções de Rowhani e revelou ter trocado cartas com o iraniano.
Irã e EUA mantêm em aberto a possibilidade, considerada remota por diplomatas, de um aperto de mão ou breve encontro entre Rowhani e Obama. Ambos são convidados de um almoço hoje com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Mesmo que não se confirme o encontro entre presidentes, um contato entre Zarif e Kerry representa um marco na história bilateral.
Desde que romperam relações, por causa do sequestro da embaixada americana em Teerã, em 1979, Irã e EUA tiveram parcos contatos.
Após o 11 de Setembro, ensaiaram diálogo sobre o combate ao Taleban. Mas a inclusão do Irã no "eixo de mal" do então presidente George Bush minou a aproximação.
Em 2007, a então secretária de Estado americano, Condoleezza Rice, e o então chanceler iraniano, Manoucherh Mottaki, se cruzaram durante evento no Cairo, mas a conversa se ateve a brincadeiras sobre sorvetes.
Os planos de encontro, anunciados ontem pela União Europeia, sucedem sinais apaziguadores enviados pelo novo presidente iraniano, Hasan Rowhani, que fará hoje seu primeiro discurso no plenário da ONU.
O contato entre o chanceler Mohamad Javad Zarif e o secretário de Estado John Kerry confirma a aparente disposição de Teerã e Washington em ensaiar diálogo em alto nível capaz de pôr fim ao impasse no programa atômico.
Segundo Catherine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), o objetivo da reunião é preparar as próximas negociações formais sobre o programa nuclear, no próximo mês em Genebra (Suíça).
Ashton tem mandato para negociar com o Irã em nome do grupo de potências conhecido como P5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha). Conversas atômicas, que se arrastam há uma década, até hoje nunca incluíram a participação de um chanceler iraniano.
Ashton teve ontem um primeiro encontro com Zarif. Ela chamou a conversa de "boa e construtiva", reforçando o otimismo gerado no Ocidente pela inesperada eleição de Rowhani, em junho.
O iraniano prometeu reverter o tom de confronto de seu polêmico antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, e convencer potências ocidentais a levantar sanções que sufocam a economia iraniana.
Como parte de uma operação política antes da ida a Nova York, Rowhani assegurou que o Irã jamais buscará a bomba atômica e se disse disposto a dar mais garantias de transparência sobre as atividades nucleares iranianas, pretensamente voltadas a fins medicinais e energéticos.
Rowhani também ordenou a libertação de presos políticos -ao menos 80 foram soltos ontem.
Obama já se disse disposto a "testar" as intenções de Rowhani e revelou ter trocado cartas com o iraniano.
Irã e EUA mantêm em aberto a possibilidade, considerada remota por diplomatas, de um aperto de mão ou breve encontro entre Rowhani e Obama. Ambos são convidados de um almoço hoje com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Mesmo que não se confirme o encontro entre presidentes, um contato entre Zarif e Kerry representa um marco na história bilateral.
Desde que romperam relações, por causa do sequestro da embaixada americana em Teerã, em 1979, Irã e EUA tiveram parcos contatos.
Após o 11 de Setembro, ensaiaram diálogo sobre o combate ao Taleban. Mas a inclusão do Irã no "eixo de mal" do então presidente George Bush minou a aproximação.
Em 2007, a então secretária de Estado americano, Condoleezza Rice, e o então chanceler iraniano, Manoucherh Mottaki, se cruzaram durante evento no Cairo, mas a conversa se ateve a brincadeiras sobre sorvetes.
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