NSA coleta e cruza dados para traçar perfil de americanos, diz jornal
Reportagem do 'The New York Times' afirma que agência de segurança usa registros telefônicos, informações em redes sociais para identificar conexões pessoais
Sede da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana em Fort Meade, Maryland
De acordo com a reportagem, a montagem dos perfis permite identificar as conexões sociais, a localização e até mesmo quem são os companheiros de viagem das pessoas monitoradas.
O NYT afirma que a reportagem foi elaborada a partir de dados obtidos com o ex-analista da NSA Edward Snowden, que em maio fugiu dos Estados Unidos após vazar milhares de documentos que revelam a dimensão da espionagem promovida pela agência.
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Ainda segundo o jornal, os documentos citados na reportagem indicam que a NSA criou um programa que busca por 94 tipos de informações, entre elas dados de telefone e internet. A agência também estabeleceu uma lista de 164 “tipos de relacionamento” para coletar e ajudar a montar um perfil dos interesses das pessoas monitoradas.
Tal política de monitoramento, segundo o NYT, surgiu em novembro de 2010. O objetivo era ajudar a agência a descobrir e monitorar conexões entre cidadãos americanos com pessoas ou organizações no exterior que fossem alvo de investigação por parte dos serviços de inteligência, segundo um documento datado de janeiro de 2011.
Os documentos obtidos pelo jornal também mostram que a NSA faz uso de um programa chamado Mainway, para receber e armazenar os chamados metadados (registros de ligações, redes sociais e conexões) que são obtidos com os parceiros empresariais da NSA (como empresas de internet) e com a invasão de redes estrangeiras.
Os documentos também mostram a enorme quantidade de dados armazenada pelo Mainway. De acordo com um boletim interno da agência, o Mainway estava coletando 700 milhões de registros telefônicos por dia em 2011. Em agosto daquele ano, o Mainway passou a receber mais 1,1 bilhão de registros de ligações de celular por dia, fornecidos por uma prestadora de telefonia dos EUA, que não foi identificada.
Segundo o jornal, nos documentos, a NSA não indica quantos americanos foram alvo do programa.
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