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Para prêmie de Israel, discurso de Rohani na ONU foi cínico

Presidente iraniano afirmou que seu país não representa uma ameaça à região - e que armas nucleares não estão nos planos

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (AFP)
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira em comunicado que o discurso feito na ONU pelo presidente iraniano, Hassan Rohani, foi “cínico” e “hipócrita”, e condenou o apoio de Teerã ao terrorismo em dezenas de países. “Rohani falou de direitos humanos enquanto forças iranianas participam do massacre em grande escala de civis na Síria”, afirmou Netanyahu.
O chefe do governo israelense condenou o regime iraniano por "empregar o terrorismo em dezenas de países" e criticou Rohani por falar de um “programa nuclear com fins civis até mesmo quando um relatório da Agência Internacional da Energia Atômica afirma que seu programa tem dimensões militares”. Netanyahu reiterou que “qualquer pessoa com bom senso entende que o Irã, uma das nações mais ricas em petróleo, não está investindo capital em mísseis balísticos e instalações nucleares subterrâneas para produzir eletricidade”.
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Na terça-feira, o presidente do Irã, que assumiu em agosto, fez um discurso em um tom muito diferente daquele que costumava ser utilizado por seu antecessor Mahmoud Ahmadinejad. Rohani disse que acredita em uma saída diplomática para os conflitos espalhados pelo mundo e, principalmente, para as históricas diferenças entre Washington e Teerã. “O Irã não apresenta absolutamente nenhuma ameaça para o mundo ou para a região. Na verdade, em ideais e também na prática, meu país tem sido um precursor de paz justa e segurança abrangente”, afirmou.
Ao falar especificamente sobre o programa nuclear iraniano, Rohani disse que ele tem fins pacíficos, mas defendeu o projeto e disse que o seu país não pretende abandonar as pesquisas. “Armas nucleares e outras armas de destruição em massa não têm lugar na doutrina de segurança e defesa do Irã”, assegurou, para, em seguida, defender o direito de manter o enriquecimento nuclear no país e “outros direitos nucleares”. O iraniano alegou que a tecnologia nuclear do país está muito avançada. “O conhecimento nuclear no Irã já foi domesticado e a tecnologia nuclear, incluindo o enriquecimento, já atingiu escala industrial”, disse. “É uma ilusão, portanto, presumir que a natureza pacífica do programa nuclear do Irã pode ser garantida através do impedimento por meio de pressões ilegítimas.”
Holocausto - Em entrevista exibida pela rede americana CNN na noite de terça-feira, Rohani classificou o Holocausto como "crime repreensível" - e, embora não tenha reconhecido a morte de milhões de judeus em campos de concentração como genocídio, adotou uma linha menos absurda do que Ahmadinejad, que sequer admitia a existência do Holocausto. Rohani afirmou que os crimes dos nazistas contra o povo judeu foram crimes contra a humanidade.
Até mesmo essa declaração causou controvérsia em Israel. Vários membros do governo israelense consideraram que a condenação do Holocausto pelo presidente iraniano não é suficiente. Ele pediram que Rohani também condene as autoridades de seu país que negaram o Holocausto. "É certo que (Rohani) não negou o Holocausto, mas não condenou os que negam, como seu antecessor e outras autoridades iranianas", denunciou o ministro das Relações Estratégicas, Yuval Steinitz.
"Aonde chegamos? Basta reconhecer que o Holocausto aconteceu para passar por um homem sábio, culto e positivo", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores, Zeev Elkin. "Os dirigentes espirituais iranianos que negaram o Holocausto ainda estão em seus postos", completou Elkin.
(Com agência EFE e France-Presse)

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