Pular para o conteúdo principal

Para Mantega, investimentos podem alcançar 24% do PIB nos próximos anos

Em Nova York, ministro da Fazenda abusa do otimismo, mesmo diante das dificuldades do governo para atrair capital para investimentos no setor

O ministro da Fazenda Guido Mantega durante coletiva, em São Paulo anunciando o crescimento do PIB
Ministro usa otimismo e estimativas para tentar animar investidores, durante evento em Nova York
Em visita a Nova York, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a abusar do otimismo e fez estimativas de que o investimento em infraestrutura no país deve saltar do patamar atual - entre 18% e 19% do Produto Interno Bruto (PIB) - para 23% ou 24% nos próximos anos. O ministro participa nesta quarta-feira de seminário sobre infraestrutura no Brasil, organizado pelo Goldman Sachs, em Wall Street. Apesar de o governo estar enfrentando dificuldades para atrair capital para investimentos no setor, Mantega disse que, assim como ocorreu na China, esses aportes darão dinamismo à economia brasileira.
Apesar do que disse o ministro, os números mostram outra realidade: nos primeiros três meses do ano, 14,8 bilhões de reais foram destinados à infraestrutura, um recuo de 4,5% frente ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento feito pela Inter B Consultoria. Apesar da aproximação da Copa do Mundo, a concentração de leilões de concessão de rodovias, ferrovias e aeroportos no fim do ano adiará para 2014 os desembolsos mais significativos para a área.
Leia também:
Governo reduz para 15% custo do setor privado nas concessões
Mantega vai a Nova York para se encontrar com investidores

O ministro ressaltou que o Brasil está superando os efeitos da crise internacional e caminha gradualmente para um crescimento sustentável. Os Estados Unidos ainda estão crescendo menos do que o esperado e o ministro disse que os estímulos monetários americanos precisam ser reduzidos. A redução, segundo ele, tem de ser organizada, caso contrário, a volatilidade e a turbulência no mercado internacional ficam muito elevadas.
Fed — "Agora parece que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) está definindo mais claramente como será a redução dos estímulos. O caminho adequado é um gradualismo para esta redução", disse em sua apresentação, destacando que apenas a expectativa de mudanças da política monetária afetou muito os países emergentes, influenciando, sobretudo, as moedas. "Talvez tenhamos aí uma calmaria", disse ao comentar sobre a decisão do Fed tomada na semana passada de adiar a diminuição do ritmo mensal de compras de ativos.
Mantega frisou que o Brasil tem armas para lutar contra a maior instabilidade nos mercados, como as altas reservas internacionais e a menor dívida pública em comparação com outros países. O ministro falou que o dólar chegou a 2,45 reais e, recentemente, após a decisão do Fed, a moeda norte-americana recuou para 2,20 reais e não houve saída de capital no Brasil, como se viu em outros países emergentes.
Sobre a deterioração da conta corrente este ano, Mantega ressaltou que ela é passageira e destacou que se explica pela conta petróleo, por causa das importações e exportações do óleo e derivados. Houve aumento do consumo de derivados no Brasil ao mesmo tempo em que a produção da Petrobras não cresceu, mostrando até uma queda, devido a paradas técnicas em algumas plataformas, que diminuiu provisoriamente a provisão, afirmou.
No final de 2013, a produção de petróleo deve crescer, disse Mantega, com a entrada em funcionamento de novas sondas no ano passado e neste. "Isso vai aumentar a produção de petróleo e levar o país novamente à condição de exportador de petróleo."
Leia ainda:
Governo tenta empolgar investidor para ferrovias
Retorno real da BR-050 será muito baixo para vencedor do leilão, diz banco

O seminário em Wall Street do qual o ministro Mantega participa discute oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil. A presidente Dilma Rousseff deve encerrar o evento com uma apresentação na tarde desta quarta-feira. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também está presente.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...