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Grupos rebeldes rejeitam coalizão e pedem 'frente islâmica'

Treze facções defendem aliança dedicada a criar estrutura baseada na sharia

Representantes de treze grupos rebeldes sírios que combatem o ditador Bashar Assad anunciaram que não reconhecem mais a autoridade da Coalizão Nacional Síria, grupo opositor que conseguiu ser reconhecido por países ocidentais como uma força legítima moderada. As facções também anunciaram a formação de uma nova aliança dedicada a criar uma “estrutura unificada” baseada na sharia, o código de leis islâmico, para prosseguir com a luta contra Assad. "Os grupos pedem que todas as forças militares e civis se unam em torno de princípios islâmicos baseados na lei islâmica, que deve ser a única fonte para a legislação", diz um anúncio veiculado na internet.
A Frente Nusra, grupo jihadista ligado a Al Qaeda e considerado terrorista pelos Estados Unidos, está à frente do novo grupo, informou o jornal The Washington Post. Também fazem parte a Brigada Tawheed, maior unidade do Exército Sírio Livre na cidade de Alepo, no norte do país, o Liwa al Islam, maior grupo rebelde da capital Damasco, e o Ahrar al Sham, representante dos radicais salafistas. A nova frente, que está sendo chamada de ‘Aliança Islâmica’ por seus membros, alega representar 75% dos rebeldes que lutam contra Assad.
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O general Salim Idriss, chefe do Exército Sírio Livre, antecipou seu retorno de uma viagem a Paris e tentará persuadir as facções a reconsiderar a decisão, informou o porta-voz do ESL, Louay Mokdad. Idriss tem atuado como principal articulador da ajuda americana aos rebeldes. Segundo Mokdad, ao se alinhar a grupos como a Nusra, as outras facções rebeldes podem dar adeus às esperanças de receber ajuda militar externa, em um momento em que a administração Obama afirma estar disposta a aumentar esse apoio. No entanto, ele culpa os EUA e seus aliados por hesitarem no apoio aos rebeldes no conflito. “Eles nos disseram que perderam toda a esperança na comunidade internacional”, disse o porta-voz, sobre a informação que alguns chefes rebeldes repassaram a Idriss.
Na semana passada, tropas da Brigadas Tempestade do Norte, um grupo leal ao ESL, entraram em choque com jihadistas ligados a Al Qaeda pelo controle de uma cidade próxima da fronteira com a Turquia. Os jihadistas do grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria acusaram as brigadas de traição por defenderem a democracia.
Arsenal químico - A movimentação rebelde ocorre no momento em que os membros do Conselho de Segurança discutem o texto da resolução que definirá os procedimentos a serem cumpridos pela Síria na entrega do arsenal químico à comunidade internacional. Diplomatas afirmaram nesta quarta que os cinco países com assento permanente no conselho chegaram a um consenso sobre os principais pontos da resolução. Mas a Rússia, aliada de Bashar Assad, negou ter havido consenso e afirmou que as conversas continuam.
Representantes de três países disseram inclusive que o rascunho da resolução deverá ser apresentado em breve às quinze nações que compõem o conselho.“Parece que as coisas avançaram. Estamos mais perto em relação a todos os pontos chave”, disse um dos diplomatas. Um funcionário do governo americano mencionou um progresso nas negociações, mas foi cauteloso ao dizer que ainda há trabalho a ser feito. “Estamos fazendo progressos, mas ainda não está pronto”, disse a fonte à agência Reuters.
A Rússia, contudo, rejeitou o anúncio. “Isso não passa de pensamento positivo”, disse o porta-voz da delegação russa nas Nações Unidas. “Não é realidade. Os trabalhos sobre a resolução ainda estão em andamento”. A Rússia e também a China têm usado seu poder de veto para barrar resoluções contrárias ao regime Assad no Conselho de Segurança. A divergência relacionada ao acordo para entrega de armas químicas tem como ponto principal a possibilidade de uma intervenção contra a Síria, em caso de descumprimento do acordo.

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