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Merkel diz que não há motivo para mudar sua política em relação à Europa

Para a chanceler, que conquistou terceiro mandato, são vizinhos quem devem seguir receita alemã

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o líder do partido social-democrata (SPD), Sigmar Gabriel, em Leipzig, em 23 de setembro de 2013
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o líder do Partido Social-Democrata (SPD), Sigmar Gabriel AFP)
Após a vitória de seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), nas eleições gerais da Alemanha, a chanceler Angela Merkel disse nesta segunda-feira que não vê motivo algum para mudar a política do seu governo em relação à Europa. “Nossa política europeia impulsiona a integração e, do ponto de vista da CDU, não há motivo para trocá-la”, disse Merkel, em sua primeira entrevista coletiva após as eleições.
A chanceler alertou ainda para a necessidade dos membros da União Europeia seguirem o caminho das reformas que a Alemanha já adotou, mensagem repetida durante sua campanha eleitoral.
Nos últimos anos, a Alemanha tem pressionado membros do bloco que estão dificuldades financeiras a adotarem políticas de austeridade e realizarem reformas em troca de ajuda econômica – medidas que se revelaram bastante impopulares nesses países e provocaram violentos protestos, muito deles associando Merkel com o passado nazista da Alemanha.
Leia também: Austeridade: a ideia poderosa que dá vida ao capitalismo
“A Alemanha tem experiência e o que alcançou também pode ser conquistado pelos parceiros europeus”, disse Merkel, lembrando que seu país foi “o doente da Europa” durante anos, até iniciar, nos anos 2000, uma série de reformas que melhoraram sua competividade e garantiram estabilidade quando a crise econômica mundial estourou em 2008.
Segundo Merkel, o grande apoio recebido pelos democratas-cristãos demonstra que os alemães querem que seu governo siga defendendo seus interesses na Europa e no mundo, mas que também apostam pela unidade no continente.
Em VEJA: Tarefa de Merkel é mudar o que está dando certo para algo ainda melhor
Coalizão – A chanceler também falou que já conversou com membros do Partido Social-Democrata (SPD), que ficou em segundo lugar nas eleições, para a formação de uma possível coalizão governista.
Mesmo com a CDU tendo ficado na liderança dos votos, com 41,5%, o partido não conseguiu maioria absoluta para poder governar sozinho, e agora busca formar uma coalizão com outro partido, já que seu parceiro nos últimos anos, o Partido Liberal (FDP) não alcançou a votação mínima de 5% para poder permanecer no parlamento.
Um eventual acerto com o SPD poderia sinalizar algumas mudanças na política de Merkel para a Europa, já que os sociais-democratas afirmaram ao longo da campanha que são favoráveis a uma espécie de plano econômico para reativar as economias vizinhas, aliviando os efeitos dos planos de austeridade. Tal mudança, no entanto, pode ser impopular entre o eleitorado alemão, que justamente conferiu mais um mandato para Merkel por, entre outras coisas, aprovar sua política europeia.
Caso a coalizão entre a CDU e a SPD seja acertada, será a terceira vez na história do país que os dois partidos, os maiores da Alemanha, se juntam para formar uma Grosse Koalition – como os alemães chamam as coalizações entre os grandes partidos do país. Entre 2005 e 2009, Merkel havia governado dessa maneira.
Além do SPD, o partido de Merkel pode buscar formar uma coalizão inédita com o Partido Verde alemão, que conquistou 8% dos votos.

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