PSDB quer convidar chefe do Cade a explicar vínculo com denunciante de cartel
Lideranças do partido no Senado e na Câmara vão pedir esclarecimento também aos ministros da Justiça e da Secretaria-Geral da Presidência sobre omissão de informação em currículo oficial
Lideranças do PSDB no Senado e na Câmara estudam convidar o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Marques de Carvalho, a dar explicações sobre o fato de ter omitido em currículos oficiais a ligação profissional com o deputado estadual Simão Pedro (PT). O parlamentar foi responsável por representações que apontavam suspeitas de formação de cartel, superfaturamento e pagamento de propina envolvendo contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
"É muito grave isso. Já estou estudando quais as medidas políticas e judiciais cabíveis nesse caso. Mas vou pedir hoje mesmo que ele venha à comissão que o sabatinou, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para esclarecer o assunto", disse o líder do PSDB na Casa, senador Aloysio Nunes (SP). Carvalho foi sabatinado no Senado em maio do ano passado.
Nunes ironizou a justificativa de Carvalho ao Estado, que classificou a omissão como não intencional. "Ele omitiu informações importantes que, seguramente, teriam influenciado a indicação", disse Aloysio.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), discorda do colega e acredita que o fato de não haver descrição da ligação de Vinícius Carvalho com Simão Pedro tenha influenciado a indicação. "Currículo é uma coisa muito singular. Se for sem antecedente criminal, se isso não for provado, pode ser um simples esquecimento."
Reportagem do Estado revela que o presidente do Cade omitiu em ao menos quatro currículos oficiais ter sido chefe de gabinete do deputado estadual Simão Pedro, entre 2003 e 2004. O deputado é responsável, desde 2010, por representações que apontam suspeitas de irregularidades em contratos do Metrô de SP e da CPTM.
Em nota, o presidente estadual do PSDB em São Paulo, deputado Duarte Nogueira, classificou a ligação como exemplo de "aparelhamento dos órgãos públicos federais pelo PT". Para o deputado, ao esconder a informação, Vinícius Marques de Carvalho influenciou o processo de sua escolha para o cargo. Ainda segundo ele, a omissão explicaria as decisões tomadas pelo órgão na condução das investigações de formação de cartel. "O Cade concentrou a investigação apenas em Estados governados por adversários políticos do PT, como São Paulo, apesar das mesmas empresas atuarem em todo o território nacional, inclusive em contratos com o governo federal", diz o texto.
O deputado afirmou defender a apuração das denúncias de irregularidades, mas criticou o Cade por não fornecer detalhes da investigação. "Somente essa orientação político-partidária poderia explicar a resistência do Cade em fornecer documentos referentes à investigação ao Governo de São Paulo sob a alegação de sigilo no processo", disse.
O presidente do Cade negou que a omissão tenha servido para evitar questionamentos e atribuiu a um "lapso" a ausência da informação.
Veja também:
Chefe do Cade omite ligação com deputado denunciante de cartel dos trens
Alckmin evita comentar vínculo entre chefe do Cade e denunciante de cartel
'Não tive a intenção', diz presidente do Cade sobre omissão no currículo
Na Câmara, a liderança do partido informou que vai protocolar requerimentos para convidar Vinícios Marques de Carvalho e ainda convocar os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e José Eduardo Cardozo (Justiça). "É inaceitável a falta de transparência e de responsabilidade na indicação de titulares de cargos no governo do PT", afirmou o deputado Carlos Sampaio (SP).Chefe do Cade omite ligação com deputado denunciante de cartel dos trens
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'Não tive a intenção', diz presidente do Cade sobre omissão no currículo
"É muito grave isso. Já estou estudando quais as medidas políticas e judiciais cabíveis nesse caso. Mas vou pedir hoje mesmo que ele venha à comissão que o sabatinou, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para esclarecer o assunto", disse o líder do PSDB na Casa, senador Aloysio Nunes (SP). Carvalho foi sabatinado no Senado em maio do ano passado.
Nunes ironizou a justificativa de Carvalho ao Estado, que classificou a omissão como não intencional. "Ele omitiu informações importantes que, seguramente, teriam influenciado a indicação", disse Aloysio.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), discorda do colega e acredita que o fato de não haver descrição da ligação de Vinícius Carvalho com Simão Pedro tenha influenciado a indicação. "Currículo é uma coisa muito singular. Se for sem antecedente criminal, se isso não for provado, pode ser um simples esquecimento."
Reportagem do Estado revela que o presidente do Cade omitiu em ao menos quatro currículos oficiais ter sido chefe de gabinete do deputado estadual Simão Pedro, entre 2003 e 2004. O deputado é responsável, desde 2010, por representações que apontam suspeitas de irregularidades em contratos do Metrô de SP e da CPTM.
Em nota, o presidente estadual do PSDB em São Paulo, deputado Duarte Nogueira, classificou a ligação como exemplo de "aparelhamento dos órgãos públicos federais pelo PT". Para o deputado, ao esconder a informação, Vinícius Marques de Carvalho influenciou o processo de sua escolha para o cargo. Ainda segundo ele, a omissão explicaria as decisões tomadas pelo órgão na condução das investigações de formação de cartel. "O Cade concentrou a investigação apenas em Estados governados por adversários políticos do PT, como São Paulo, apesar das mesmas empresas atuarem em todo o território nacional, inclusive em contratos com o governo federal", diz o texto.
O deputado afirmou defender a apuração das denúncias de irregularidades, mas criticou o Cade por não fornecer detalhes da investigação. "Somente essa orientação político-partidária poderia explicar a resistência do Cade em fornecer documentos referentes à investigação ao Governo de São Paulo sob a alegação de sigilo no processo", disse.
O presidente do Cade negou que a omissão tenha servido para evitar questionamentos e atribuiu a um "lapso" a ausência da informação.
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