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internacional

Organização para a Proibição de Armas Químicas recebeu “balanço inicial” nesta sexta-feira

Bashar al-Assad em foto da agência de notícias oficial síria Sana, em 3 de julho de 2012
O ditador Bashar Assad. Regime começou a mandar dados sobre arsenal (AFP)
Como parte do acordo fechado com Estados Unidos e Rússia, o regime do ditador sírio Bashar Assad começou nesta sexta-feira a enviar dados a respeito de seu arsenal químico a uma entidade fiscalizadora internacional. O porta-voz da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW), Michael Luhan, informou que a entidade recebeu um “balanço inicial" sobre as armas químicas em mãos do governo sírio.  
Luhan disse a que os dados estão sendo "analisados pela divisão de verificação". A organização não deve publicar detalhes sobre o conteúdo do balanço e afirmou esperar mais dados nos próximos dias." É (um relatório) bem longo, e nesse momento está sendo traduzido”, disse um diplomata da Organização das Nações Unidas (ONU).
Leia também: Entrega de arsenal não acaba com luta armada, diz líder dos rebeldes
A entrega dos dados faz parte do acordo proposto pela Rússia, que prevê a entrega do controle do arsenal químico do ditador sírio como forma de evitar uma intervenção militar internacional liderada pelos Estados Unidos em seu país. Na semana passada, a Síria já havia enviado à ONU a documentação necessária para o processo de inclusão do país no acordo internacional que proíbe o uso, o desenvolvimento, a estocagem e a transferência de arsenal tóxico.
Arsenal - Especialistas militares estimam que o país árabe possua cerca de 1 000 toneladas de armas químicas. Um plano para a entrega e destruição do arsenal ainda está sendo discutido entre os EUA, a Rússia e a Síria. Na quarta-feira à noite, em uma entrevista a um canal de TV americano, Bashar Assad disse que está disposto a entregar as armas a quem estiver disposto a aceitá-las. O ditador também afirmou que seus especialistas estimaram que a destruição pode demorar até um ano.
Já a OPCW, que supervisiona os tratados que controlam a fabricação e estocagem de armas químicas pelo mundo, está analisando maneiras de acelerar o processo para colocar o arsenal de armas químicas da Síria em segurança e destruir os armamentos assim como seus complexos de produção.
Contudo, os esforços diplomáticos para acelerar o processo estão caminhando lentamente. Um encontro inicialmente planejado para domingo em que o conselho executivo da organização de 41 nações deveria discutir um acordo entre Rússia e EUA foi adiado nesta sexta-feira. Uma nova data não foi imediatamente estabelecida e não foi dada uma razão para o adiamento.
Acordo - Sob o acordo feito entre EUA e Rússia na semana passada em Genebra, inspetores devem ir ao território sírio em novembro. Durante esse mês, eles devem concluir a avaliação inicial. Todos os componentes do programa de armas químicas devem ser removidos do país ou destruídos até meados de 2014.
A proposta de entrega do material surgiu após os Estados Unidos terem responsabilizado Damasco por um ataque contra a população síria no dia 21 de agosto. Segundo os EUA, a ação deixou mais de 1 400 mortos.
Depois das primeiras notícias, os EUA passaram a ameaçar uma punição ao ditador com uma intervenção militar. Mas, após a proposta russa, a ideia perdeu força, apesar de Washington ainda afirmar que pode vir a realizar um ataque. Washington e seus aliados também pressionam pela aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que estabeleça punições para Assad caso ele não cumpra o acordo, mas a Rússia é contra.
Na segunda-feira, um relatório da ONU atestou que “amostras ambientais, químicas e médicas (...) fornecem provas claras e convincentes de que foguetes com gás sarin foram usados em Damasco em 21 de agosto”. A coleta de evidências pelos investigadores da ONU ocorreu no final de agosto, cinco dias após a divulgação das primeiras notícias do ataque. O secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, classificou o ataque como um “crime de guerra”.
(Com agência Reuters)

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