Pular para o conteúdo principal

PMs executam adolescente em favela 'pacificada' no Rio e forjam cena do crime

Imagens obtidas por VEJA.com revelam que policial do serviço reservado colocou uma pistola na mão da vítima e fez dois disparos para simular confronto

Por: Leslie Leitão, do Rio de Janeiro - Atualizado em
Jovem morto no Morro da Providência: policiais forjaram confronto
Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos, morto no Morro da Providência: policiais forjaram confronto
Um vídeo feito no Morro da Providência, favela da região central do Rio de Janeiro, flagrou, às 10h30 de hoje, o momento exato em que três policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) forjaram um confronto para justificar o assassinato de Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos. Durante dois minutos e meio, uma mulher gravou com um telefone celular o instante em que o rapaz está caído no chão em meio a um mar de sangue, na localidade de Pedra Lisa. Um policial com camisa branca e colete, ao lado de outros dois com uniforme da UPP, se abaixa e coloca uma pistola na mão da vítima. Em seguida faz dois disparos com o explícito intuito de simular uma troca de tiros e tentar enganar a perícia.
Eduardo, de apelido Pintinho, tinha três anotações em sua ficha criminal, por tráfico, injúria e ameaça. Segundo a autora do vídeo, o adolescente foi executado a sangue frio com um único tiro no peito - mesmo tendo se rendido. Só depois da execução é que chega à cena do crime o policial que aparece nas imagens forjando disparos para depois atribuí-los ao adolescente.
Prisões - A Polícia Militar informou que a corregedoria instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da ação. A atitude dos PMs foi classificada como gravíssima. "As imagens atingem a confiabilidade do projeto na Providência", admite o major Ivan Blaz, porta-voz da PM. Dois policiais foram presos por fraude processual, autuados em flagrante em delegacia: os soldados Gabriel Julião Florido e Eder Ricardo de Siqueira, este o único que não usava uniforme da UPP e que coloca a pistola na mão da vítima e dispara duas vezes.Outros três soldados são investigados no auto de resistência: Pedro Victor da Silva Pena; Paulo Roberto da Silva e Riquelmo de Paula Geraldo.
Além da fraude processual, os policiais também podem responder pelo assassinato do adolescente. O caso foi encaminhado para Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que periciou a cena do crime - a reportagem de VEJA também esteve no local e constatou que o chão havia sido lavado durante a tarde. À delegacia, os policiais apresentaram uma pistola e um radiotransmissor. Dois fuzis foram apreendidos.
Protesto - Nesta terça-feira, os moradores realizaram um protesto na porta da Secretaria de Segurança, vizinha do morro. Eles também acompanharam a apresentação dos PMs à delegacia. Na saída, cercaram a viatura dos policiais e houve um princípio de tumulto, contido por outros policiais, que chegaram a disparar bombas de gás lacrimogêneo.
Durante a manifestação, um homem acabou morrendo. Anderson Gomes Santana, de 28 anos, já estava próximo à Cidade do Samba e teria jogado uma pedra em um ônibus que passava. Os estilhaços do vidro o atingiram na veia femural e ele chegou a ser socorrido, mas acabou não resistindo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p