Pular para o conteúdo principal

Obama afirma que para derrotar EI é preciso tirar Assad da Síria

O presidente americano voltou a bater de frente com a Rússia, que defende a permanência do ditador à frente do governo. Obama também se encontrou com Raúl Castro

O presidente americano, Barack Obama, pediu nesta segunda-feira que o Congresso levante o embargo de seu país contra Cuba, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas
O presidente americano, Barack Obama, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas(AFP)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) não poderá ser derrotado na Síria se o ditador sírio Bashar Assad não deixar o poder, ponto de divergência com Rússia e Irã. "Na Síria, derrotar o EI requer, acredito eu, um novo líder", disse Obama durante uma cúpula sobre o combate ao EI e ao extremismo violento, convocada pelos EUA na sede das Nações Unidas (ONU). "Este será um processo complexo, e estamos preparados para trabalhar com todos os países, inclusive Rússia e Irã, para encontrar uma solução política", acrescentou.
Obama se reuniu ontem na ONU com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e ambos ratificaram suas diferenças sobre o papel de Assad no futuro da Síria. Enquanto os americanos exigem um novo líder para garantir uma transição política, os russos defendem o "governo legítimo" do ditador. Diante de mais de cem países reunidos na cúpula sobre o EI, Obama afirmou que os jihadistas "acabarão perdendo porque não têm nada para oferecer além de violência e morte".
Leia também
Vladimir Putin coloca Barack Obama em xeque
Em discurso na ONU, Raúl Castro ressalta condições para normalização de relações com EUA
Contra o EI, Putin quer 'coalizão parecida com a que derrotou Hitler'
Obama chama Assad de "tirano" em discurso na ONU
Obama afirmou que a coalizão internacional, liderada pelos EUA e que conta com mais de 60 países, foi capaz de demonstrar que o EI pode ser derrotado no campo de batalha. "Eles perderam quase um terço das áreas povoadas do Iraque que tinham controlado. Na Síria, foram expulsos de quase toda a região na fronteira com a Turquia", disse Obama. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que as Nações Unidas podem apoiar o combate ao EI mediante "a um esforço especial para chegar aos jovens, à construção de instituições que verdadeiramente prestem contas e à garantia de que o respeito à lei e aos direitos humanos são inegociáveis".
Cuba - Após a cúpula sobre o combate ao terrorismo, Obama teve um encontro, também na sede na ONU, com o cubano Raúl Castro. O ditador pediu ao líder americano que utilize o poder executivo do cargo que ocupa para reduzir o embargo contra a ilha para continuarem a avançar no processo de normalização das relações entre Cuba e EUA. "Não haverá normalização com bloqueio, e não haverá progresso substancial no processo de normalização sem mudanças substanciais na aplicação do bloqueio", disse Castro, de acordo com as palavras do chanceler cubano, Bruno Rodríguez.
O chanceler lembrou que o presidente americano possui "amplas faculdades executivas que o permitiriam modificar substancialmente muitos elementos da aplicação do bloqueio". Segundo ele, até agora as ações de Obama nesse sentido "não tiveram nenhum efeito significativo, e seu alcance e profundidade foram limitadíssimos". Desde o anúncio em dezembro do início do processo de normalização das relações diplomáticas, Obama pediu sem sucesso ao Congresso dos Estados Unidos, controlado agora pela oposição republicana, o fim do embargo econômico, imposto a Cuba há mais de meio século.
(Da redação)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...