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Cunha começa a analisar pedidos de impeachment

Presidente da Câmara deve rejeitar a pilha de pedidos até chegar ao documento assinado por Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., considerado o mais robusto

Por: Carolina Farina e Laryssa Borges, de Brasília - Atualizado em
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, comanda sessão de votação da Casa
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, comanda sessão de votação da CASA Folhapress)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira que vai começar nesta semana a analisar os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff - e deve rejeitar boa parte deles. Segundo o peemedebista, há pedidos "simplórios", que nem sequer cumprem os requisitos básicos para serem apreciados.
Cunha afirmou que vai ler novamente os pedidos, mas que os mais antigos serão rejeitados. "Vou recusar mesmo. Já pedi à minha assessoria que preparasse os termos para que eu possa recusar ao menos uns três ou quatro. Começo essa semana a decidir e quero fazer um pouco a cada dia", afirmou.
Pela lei, cabe ao presidente da Câmara definir previamente se são cabíveis ou não os pedidos de impeachment. Mas, nos bastidores, a articulação é para que a decisão final das solicitações de afastamento seja transferida ao Plenário, onde os partidários do impeachment dizem ter votos suficientes para iniciar o processo.
O roteiro idealizado por Eduardo Cunha é que ele analise monocraticamente até três solicitações de impeachment por semana até chegar, no final de outubro ou início de novembro, ao pedido considerado mais robusto e encampado pela oposição, que leva a assinatura do ex-petista Hélio Bicudo, do jurista Miguel Reale Júnior e da advogada Janaina Paschoal.
Cunha não admite publicamente, mas o cronograma de avaliação dos pedidos conta com a possibilidade de a situação política do governo Dilma Rousseff se agravar ainda mais, principalmente com as decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as chamadas pedaladas fiscais e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre irregularidades na campanha à reeleição.
Lava Jato - Questionado sobre o depoimento do engenheiro João Augusto Henriques, apontado como um dos operadores do PMDB no esquema do petróleo, à força-tarefa da Operação Lava Jato, Cunha recusou-se a responder se tem ou não contas na Suíça. Ele disse que não seria "comentarista de delações" e reforçou o desmentido que publicou na segunda-feira em sua conta no Twitter. Cunha negou que tenha recebido valores no exterior. Mas, perguntado diretamente sobre a existência das contas no país europeu, não negou nem confirmou.
"Minha posição é muito clara. Não vou cair nesse tipo de discussão. Eu desmenti o fato que foi colocado ontem de forma muito categórica. Não vou cair em armadilhas. Cada detalhe que eu for falar de qualquer situação vai criar polêmica. Para mim, está desmentido", afirmou.
Henriques disse em depoimento à Polícia Federal que repassou dinheiro a uma conta corrente cujo verdadeiro destinatário era Cunha. Ele depôs na última sexta-feira e disse que o repasse foi feito a pedido de Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz. Segundo a versão apresentada pelo operador, que foi preso na 19ª fase da Operação Lava Jato, o repasse à suposta conta de Eduardo Cunha não era propina e ele nem sequer sabia que o destinatário seria o parlamentar. Ele afirmou que a conta estava em nome de uma empresa e apenas quando as próprias contas dele na Suíça foram bloqueadas é que soube que o destinatário do dinheiro era o presidente da Câmara.

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