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Juros nos EUA devem subir ainda em 2015, diz presidente do Fed

Elevação da taxa básica americana, se ocorrer, tende a tirar recursos de países como o Brasil

Janet Yellen
A presidente do Fed, Janet Yellen.
O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, vai elevar a taxa básica de juros do país ainda neste ano, afirmou nesta quinta-feira a presidente da autoridade monetária, Janet Yellen. Com a medida, os mercados emergentes, entre eles o Brasil, tendem a perder investimentos.
O cenário econômico fora dos Estados Unidos vai ser decisivo para o Fed decidir quando elevará a taxa básica. Em discurso na Universidade de Massachusetts, Yellen disse que o Fed acompanha os acontecimentos no exterior para saber o melhor momento de mexer na taxa, que está próxima de 0% desde 2008.
"A data do primeiro aumento (...) deve ter consequências menores sobre as condições financeiras e sobre a economia (americana) em geral", disse Yellen, em um discurso de 20 páginas. "O que importa para o ambiente financeiro é a maneira como o público e os mercados antecipam a trajetória dos juros no curto prazo." Ela afirmou ainda que a trajetória dos juros terá "um ritmo (de alta) absolutamente gradual no decorrer dos próximos anos." O Fed tem mais duas reuniões programadas para 2015, em outubro e dezembro.
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam o rendimento dos títulos do Tesouro americano. Com taxas de juros próximas de 0% nos EUA, grandes investidores, como bancos e fundos de pensão, alocam seus recursos em outros mercados, em busca de melhores rendimentos. Para muitos desses investidores, ainda que o rendimento dos títulos americanos não seja tão alto quanto o obtido em mercados emergentes, é preferível redirecionar os recursos para os EUA - que, se oferece retornos menores, também oferece menos riscos. Nesse movimento, países como o Brasil tendem a perder recursos.
As perspectivas da economia dos Estados Unidos parecem "sólidas em geral", discursou a presidente do Fed. Ela reiterou sua confiança de que a inflação, que atualmente é quase nula, alcance "em dois ou três anos" a faixa de 2%, patamar que ela considera "saudável".
Mal estar - Janet Yellen sentiu-se mal durante sua fala na Universidade de Massachusetts. Ela teve dificuldade para terminar seu discurso, tossindo e pausando para se recompor antes de deixar o palco.
Yellen, que estava falando havia cerca de uma hora para uma plateia de 1,8 mil estudantes e residentes, pareceu se perder na leitura das últimas linhas de seu discurso sobre a inflação. Repentinamente, ela falou: "acho que vou encerrar aqui". A presidente "se sentiu desidratada no fim de um longo discurso sob luzes fortes", disse a porta-voz do Fed, Michelle Smith, em um comunicado enviado por e-mail.

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