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Novo delator da Lava Jato recebeu U$ 4,8 mi na Suíça

Eduardo Musa, ex-gerente da Área Internacional da Petrobras, entregou extratos bancários que provam depósitos de propina intermediados por offshores

Petrobras 10000
Petrobras 10000.
O novo delator do petrolão Eduardo Musa, ex-gerente da Área Internacional da Petrobras, recebeu 4,8 milhões de dólares na Suíça, entre 2010 e 2013. Em seu acordo de colaboração premiada, ele entregou extratos bancários que comprovam os depósitos de propina obtida por contratos de navios-sonda e navios-plataforma da Petrobras em duas contas nos bancos Julius Bar e Cramer.
Musa informou ter recebido ao todo 4.809.531,55 dólares, conforme levantamento realizado pelo site de VEJA nos extratos em nome das offshores Debase Assets SA e Nebraska Holding Inc. A quantia equivaleria a 19.478.602,77 reais na cotação que o dólar fechou nesta terça-feira, 4,05 reais. As contas foram usadas para pagamento de "vantagens" a Musa. O ex-gerente da estatal admitiu ter recebido propina e se comprometeu a repatriar 3,2 milhões de dólares no acordo firmado com o Ministério Público. Ele também pagará multa cível de 4,5 milhões de reais.
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Em depoimento, Musa apontou dois depósitos que somam 1.485.869,55 dólares, recebidos em 2013 da offshore Opdale Industries. Os pagamentos foram realizados por Guilherme Esteves, réu na Lava Jato, por contratos do estaleiro Jurong com a SeteBrasil.
Ele também informou que, em 2010, a conta da Debase recebeu 190.000 dólares do doleiro Bernardo Freiburghaus, apontado pelos investigadores como um operador da Odebrecht no exterior, e 550.000 dólares em propina enviados por Hamylton Padilha, também delator, por meio da offshore Petrobell. em troca do contrato da sonda Vantage.
Segundo Musa, a empresa Transocean, que participou de uma seleção internacional em 2007 e ganhou a operação da sonda Petrobras 10.000, se comprometeu por meio do lobista Carlos Moura a pagar propina a ele e mais três funcionários da Petrobras - o ex-diretor Nestor Cerveró; o engenheiro Mônaco, assistente de Cerveró; e Aurélio Oliveira Teles. As tratativas foram realizadas em uma churrascaria no centro do Rio com o lobista Carlos Moura, representante da empresa. A propina era parte da comissão paga pela Trasnocean a Moura. Musa afirma que recebeu suas parcelas por meio das offshores Fabron Marketing e Nala Worldwide. No total, os depósitos somam 346.502 dólares.
A Schahin também realizou pagamentos em parcelas de 48.000 dólares, por meio de três offshores - Deep Black Drilling, Black Gold Drilling e Dleif Drilling - em troca de benefícios na contratação da sonda Vitória 10.000, segundo o ex-gerente. Os depósitos das offshores da Schahin somam 768.000 dólares.
Musa detalhou ter recebido ainda dinheiro de duas offshores - Tori Managment, do operador Julio Faerman, e Lynmar, do operador Zwy Skornicki - durante o período em que trabalhou com obras de navios-plataforma na OSX, de Eike Batista, num total de 1.469.160 dólares.

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