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Raúl Castro exige devolução de Guantánamo para restaurar laços com os EUA

Ditador cubano quer compensações pelo embargo e diz que não permitirá intromissões dos Estados Unidos em assuntos internos da ilha caribenha

Raúl Castro na Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na Costa Rica
Raúl Castro na Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em foto fornecida pela Presidência da Costa Rica (Reuters)
O ditador cubano Raúl Castro apresentou nesta quarta-feira uma série de exigências que mostram que a reaproximação com os Estados Unidos pode ficar muito aquém do esperado no momento do festejado anúncio feito simultaneamente por ele e o presidente americano, Barack Obama, no final do ano passado. Em discurso na cúpula de países latino-americanos e caribenhos, realizada na Costa Rica – com a participação de Dilma Rousseff – o ditador citou o fim do embargo, a devolução de Guantánamo e compensações por "danos" como condições para a normalização das relações bilaterais.
“O restabelecimento das relações diplomáticas é o início de um processo até a normalização das relações bilaterais, mas esta não será possível enquanto existir o bloqueio, não se devolver o território ilegalmente ocupado pela Base Naval de Guantánamo, não forem interrompidas as transmissões de rádio e TV que violam as normas internacionais, não haja compensação justa ao nosso povo pelos danos humanos e econômicos sofridos”, disse o irmão de Fidel, conformo o discurso disponibilizado pelo jornal oficial Granma.
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Cuba quer o pagamento por perdas causadas pelo embargo e, para Raúl Castro, “não seria ético, justo nem aceitável que se pedisse algo em troca”. “Se estes problemas não forem resolvidos, essa aproximação diplomática entre Cuba e Estados Unidos não teria sentido”. O ditador ressaltou ainda que não aceitará nenhuma interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos da ilha, indicando que as mudanças esperadas por Barack Obama em Cuba devem acabar frustradas.
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Discordância – Na semana passada, depois de alguns dias de conversas entre representantes de Cuba e EUA, “profundos desacordos” persistiram entre os dois lados, declarou a funcionária de mais alto nível do governo americano a visitar a ilha em décadas. Como informou o Wall Street Journal na sexta-feira, Roberta Jacobson, assistente do secretário de Estado John Kerrry, afirmou que um importante passo foi dado com as reuniões, mas admitiu que ainda não sabe se a política de Obama será bem-sucedida.
O apoio americano a dissidentes do regime dos irmãos Castro e os problemas ligados aos direitos humanos em Cuba são os maiores pontos de discórdia que emergiram nas primeiras conversas, que devem continuar antes que as relações entre os países possam ser plenamente restabelecidas. Esta reaproximação é o primeiro passo no que funcionários americanos já veem como um demorado processo de normalização.

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