Planejamento prepara rigoroso corte em gastos federais
Nos bastidores, os ministros já foram avisados de que o ajuste será duro. O recado deverá ser reforçado na reunião ministerial agendada para terça-feira
O ministro Nelson Barbosa: de olho nos gastos da Esplanada.
Leia também:
Levy abre o jogo: modelo de crescimento do Brasil mudou
A investidores, Levy diz que Brasil vai ter crescimento próximo de zero em 2015
Governo aumenta impostos e fala em arrecadar R$ 20 bi
Nos bastidores, os ministros já foram avisados de que o ajuste será duro. O recado deverá ser reforçado na reunião ministerial agendada para a próxima terça-feira. Questionado, o Planejamento negou que Nelson Barbosa tenha pedido listas de prioridades. Disse, também, que em momento algum se falou em cortes nos investimentos. O governo trabalha para anunciar o corte das despesas orçamentárias no primeiro dia após a aprovação pelo Congresso Nacional. O volume se aproxima, hoje, de 65 bilhões de reais.
Há no governo uma avaliação de que, no caso particular de 2015, o corte nos investimentos terá menos reflexos negativos do que pode parecer à primeira vista. Isso porque, num primeiro ano de governo, o ritmo dos investimentos costuma ser mais lento. Assim, mesmo que as verbas nessa área fossem preservadas, seria alta a probabilidade de não serem totalmente usadas.
O corte de despesas será somado ao pacote de 20,6 bilhões de reais em aumento de impostos anunciado por Joaquim Levy na semana passada. A ordem no Palácio do Planalto é atingir o aperto fiscal mais pela redução de gastos e menos via aumento de tributos. Ainda assim, novas elevações de impostos não estão fora do radar.
Nelson Barbosa aguarda a aprovação do Orçamento para avançar na elaboração da terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prometido pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso de posse. A profundidade das tesouradas influenciará na ambição do programa, sobretudo neste primeiro ano de governo.
Além disso, a revisão dos planos de investimento da Petrobras poderá afetar o ritmo de obras que estavam na versão anterior do PAC e cuja continuidade, muito provavelmente, vai figurar no PAC 3. É o caso do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que, segundo mais recente balanço do PAC, está com 81,8% das obras concluídas, ou da polêmica refinaria Abreu e Lima, que tem 92,8% das obras realizadas. Por outro lado, o governo já reforçou os projetos de abastecimento de água. Na sexta-feira, foi anunciada uma obra que levará mais água para o sistema Cantareira, em São Paulo.
Comentários
Postar um comentário