Justiça bloqueia quase R$ 119 milhões de investigados na Lava Jato
Valores incluem dinheiro de empreiteiros e de três empresas de propriedade do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e do lobista Fernando Baiano.
O vice-presidente da construtora Engevix Gerson de Mello Almada foi o réu que teve os maiores valores bloqueados – 37,5 milhões de reais –, seguido do ex-presidente da Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho, com 18,1 milhões de reais, do diretor da Área Internacional da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, com 11,99 milhões de reais, e do empreiteiro Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia e apontado como o chefe do Clube do Bilhão, cartel de empreiteiras que, por meio do pagamento de propina, articulavam fraudes em contratos com a Petrobras. Também foram bloqueados recursos da D3TM Consultoria e Participações, empresa de propriedade do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e de duas companhias do operador do PMDB no petrolão, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano: a Hawk Eyes Administração de Bens e a Technis Planejamento e Gestão em Negócios. Duque e Baiano, como pessoas físicas, também tiveram bloqueados 4,04 milhões de reais e 8.873 reais, respectivamente.
No início do ano, a Justiça Federal do Paraná havia determinado que bancos públicos e privados mantivessem bloqueados os recursos em contas bancárias e aplicações financeiras de investigados na Operação Lava Jato. O alerta judicial ocorreu após algumas instituições financeiras terem se recusado a cumprir a ordem do juiz Sergio Moro.
O BNP Paribas, por exemplo, havia enviado ofício a Moro questionando se poderia congelar, aos poucos, o dinheiro em nome de Gerson de Mello Almada, na medida em que vencesse o prazo de resgate de aplicações. Além do BNP, outros bancos questionaram a necessidade a bloquear aplicações financeiras não vencidas por considerar que a determinação poderia prejudicar clientes e afugentar novos investidores que não têm relação com a Lava Jato. A restrição dos recursos vale até em casos comprovados de dinheiro lícito.
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