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Copom vê inflação menor ainda em 2015, mas esforços ainda não são "suficientes"

Em sua ata da última reunião, Comitê explica que o "realinhamento" dos preços administrados em relação aos livres é um dos fatores que puxa a inflação para cima

Desde outubro, o Copom vem aumentando a Selic
Desde outubro, o Copom vem aumentando a Selic
Em sua ata da última reunião, na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) destacou que os esforços feitos até agora para conter os avanços da inflação não foram, ainda, suficientes. O Comitê decidiu elevar os juros básicos de 11,75% para 12,25% por unanimidade.
"O Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido. Para o Comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação – a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo – ainda não se mostram suficientes", disse no documento.
A equipe de política monetária explica na ata que a inflação deve continuar em patamares elevados este ano, devendo perder força no fim do período e convergir ao centro da meta oficial, de 4,5%, em 2016. "O Comitê não descarta a ocorrência de cenário que contempla elevação da inflação no curto prazo, antecipa que a inflação tende a permanecer elevada em 2015, porém, ainda este ano entra em longo período de declínio."
O que está pressionando os preços, explica, são o "realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e o realinhamento dos preços administrados em relação aos livres". Vale lembrar, porém, que foi o próprio governo que segurou os preços administrados nos últimos anos, como os de combustíveis e energia. O BC também elevou muito sua estimativa da alta dos preços administrados neste ano, de 6% esperados anteriormente para 9,3%.
Diante disso, o Copom reforçou que deve usar os mecanismos de política monetária - juros - para conter a pressão inflacionária, indicando que a Selic poderá subir ainda mais.
Leia mais: Mercado vê inflação mais distante da meta em 2015
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A seu favor, o BC tem um mercado de crédito menos aquecido, com redução de exposição por parte de bancos e desalavancagem (redução das dívidas) das famílias. Assim, o órgão vê um risco menor de pressão inflacionária por parte do consumo via crédito. "O Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito."
Apesar de reconhecer que a expansão da atividade econômica será "inferior ao potencial", o Copom acredita que, à medida que a confiança das famílias e das empresas melhorar, o crescimento pode acelerar. "O Comitê avalia que, em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis à competitividade da indústria, e também da agropecuária; o setor de serviços, por sua vez, tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes."

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