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França e Bélgica prendem oito em operações contra jihadistas

Detenções foram feitas no mesmo dia em que a França reiterou seus pedidos para intensificar o combate contra as fontes de financiamento dos terroristas

Uma foto tirada nesta sexta-feira (16) mostra adesivo do plano de segurança anti-terrorista em uma janela na cidade de Lille, norte da França. O país está em alerta desde os ataques da semana passada
Adesivo do plano de segurança anti-terrorista em uma janela na cidade de Lille, norte da França .
Ações de contraterrorismo realizadas na França e na Bélgica resultaram na detenção de mais oito suspeitos nesta terça-feira, mesmo dia em que Paris pediu a seus parceiros da União Europeia (UE) que intensifiquem o combate ao financiamento ao terrorismo, com novas medidas para tornar as transações financeiras mais transparentes. O ministro do interior da França, Bernard Cazeneuve, disse que as ações em Lunel, no sul do país, resultaram na prisão de cinco pessoas e romperam "mais uma rede" numa pequena cidade de onde vários jovens partiram para lutar na Síria e no Iraque.
Ele prometeu que a "mobilização total" do país contra o terrorismo será mantida após os ataques em Paris, no início do mês, cometidos por três radicais islâmicos que mataram 17 pessoas. A França aumentou as medidas de combate ao recrutamento de jihadistas depois dos atentados terroristas. Desde os ataques, a polícia francesa já efetuou mais de vinte detenções de suspeitos e acusados de ter ligação com extremistas islâmicos. Os três extremistas envolvidos nos atentados foram mortos pela polícia. Desde então, em um esforço conjunto, as polícias europeias têm realizado prisões de pessoas ligadas ao jihadismo na Bélgica, França e Alemanha. Somente na França, o governo calcula que haja entre 1.000 e 1.500 franceses entre os jihadistas na Síria e Iraque. Para evitar que essas pessoas retornem anonimamente e cometam atentados, a vigilância nas fronteiras foi aumentada, assim como os programas de monitoramento internos.
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No leste da Bélgica, autoridades detiveram três homens e descobriram um esconderijo de armas durante uma operação, informou a porta-voz da promotoria Karlien Ververken. Não foi possível ligar a ação desta terça-feira com a operação realizada na cidade belga de Verviers, no início deste mês, quando dois suspeitos foram mortos e sete pessoas foram presas. Autoridades belgas disseram que a incursão evitou um iminente ataque terrorista de grandes proporções contra a polícia local.
Na sede da UE, o ministro de Finanças francês Michel Sapin disse querer fechar rapidamente um novo acordo contra lavagem de dinheiro "e acelerar outras medidas complementares para conseguirmos localizar todos esses pequenos movimentos que estão no coração do financiamento terrorista". A França quer uma cooperação mais forte no compartilhamento de informações de inteligência relacionada à lavagem de dinheiro, leis mais duras para o congelamento de ativos de suspeitos e para melhorar a capacidade dos serviços aduaneiros para controlar ouro e outros ativos. Os registros de contas bancárias e o controle de dinheiro virtual, como o bitcoin, são questões que também podem ser discutidas.
O novo projeto para conter a lavagem de dinheiro na UE quer garantir que os verdadeiros proprietários de empresas e de fundos estejam registrados publicamente na Europa, além de forçar bancos, auditores, advogados e outros a serem mais vigilantes sobre transações suspeitas. Cientes dos ataques na França e das ações e prisões em outros países europeus, dentre eles Bélgica, Alemanha, Grécia e Espanha, os ministros de Finanças do bloco querem acelerar a aprovação do pacote e discutir as novas iniciativas francesas em paralelo. O ministro de Finanças da Holanda, Jeroen Dijsselbloem, disse que "é crucial apartar todos os grupos terroristas de seus meios financeiros e qualquer proposta que levar a isso terá meu grande apoio". "Veremos com bons olhos todas as novas iniciativas", declarou o ministro da Economia da Dinamarca, Morten Ostergaard.
(Com Estadão Conteúdo e agência Reuters

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