'Programa de estímulo europeu já deu certo', diz Lagarde
Em Davos, diretora-gerente do FMI elogia programa de estímulos do BCE, que deve ser anunciado nesta quinta-feira
"As expectativas são de que um programa de estímulos está para ser anunciado e será muito significativo", diz Lagarde (Dominique Charriau/Getty Image
Durante o debate, que contou com a presença do ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers, a diretora do Fundo afirmou que a implementação do programa deve impactar a inflação na zona do euro, o que ela considera positivo, já que, pela primeira vez desde 2009, a região registrou deflação no mês de dezembro. Summers afirmou que é "super a favor" do programa.
A expectativa é de que o programa seja oficializado ainda nesta quinta pelo presidente do BCE, Mario Draghi, que também está em Davos. A dinâmica deve ser similar à do americano: o BCE entrará comprando mensalmente títulos de bancos e empresas privadas para que se capitalizem e estimulem não só o crédito, mas também a produção.
À agência Reuters, uma fonte da zona do euro afirmou na quarta-feira que a Comissão Executiva do BCE propôs que o banco compre 50 bilhões de euros (58 bilhões de dólares) em títulos por mês a partir de março. Se isso se confirmar, a medida poderá totalizar um volume de 600 bilhões de euros. Se um plano similar durar até o final de 2016, poderá ultrapassar 1 trilhão de euros. Com os rumores do anúncio do programa, o preço do petróleo tipo brent subiu acima dos 50 dólares por barril.
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Desde 2009, o Fed implementou três rodadas de estímulos que começaram ser retirados no ano passado. Diante dessa expectativa, os juros futuros dos Estados Unidos começaram a subir, com investidores apostando que, logo após o fim dos estímulos, o Fed também elevaria as taxas. Esse movimento favorece a entrada de recursos nos EUA por meio de investimentos em títulos do Tesouro. Por outro lado, tende a valorizar o dólar num ritmo mais forte do que o que gostaria o banco central americano.
Como os efeitos da retirada do programa dos Estados Unidos ainda são desconhecidos, e por isso ele é chamado de 'experimento', economistas em Davos ainda são reticentes em elogiar uma versão europeia da medida.
Logo após o painel sobre política monetária, Lagarde se encontrou com o ministro da Fazenda Joaquim Levy, numa reunião privada. Ao comentar brevemente sua conversa com o ministro a jornalistas, a diretora do fundo disse estar satisfeita que um 'ex-FMI' tenha assumido o principal posto da economia brasileira.
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