PF ouve Cerveró nesta quarta sobre compra de Pasadena
Ex-diretor da área Internacional da Petrobras vai ser confrontado com acusação de que recebeu propina por recomendar à estatal compra de refinaria no Texas
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró .
Leia também:
Lava Jato: PF abre inquéritos contra mais 10 empreiteiras
PGR diz que indicará lista de políticos em fevereiro
Justiça bloqueia quase R$ 119 milhões de investigados na Lava Jato
Doleiro indica R$ 3 mi de propina para auxiliar de Roseana
Cerveró está preso na carceragem da PF em Curitiba. Ele foi detido pouco depois de retornar ao Rio de Janeiro de uma viagem para a Inglaterra. A prisão foi decretada porque a Polícia Federal e o Ministério Público Federal avaliaram que o ex-diretor tentava blindar seu patrimônio do alcance da Justiça. O episódio mais recente ocorreu no dia 16 de dezembro, quando ele tentou sacar quase 500.000 reais de um fundo de previdência privada. Dois dias antes, Cerveró tinha sido denunciado à Justiça Federal do Paraná sob a acusação de ter recebido mais de 30 milhões de reais em propina pela contratação de sondas da Samsung Heavy Industries. O ex-diretor é considerado um dos elos do PMDB na estatal e investigado por negociatas milionárias em que há suspeita de desvio de recursos públicos.
O resgate antecipado de um plano de previdência privada não foi a única operação atípica que motivou a prisão de Cerveró. Como revelou reportagem de VEJA, o ex-diretor morou por cinco anos em um imóvel registrado como propriedade de uma off-shore do Uruguai. Os investigadores suspeitam que o apartamento foi adquirido com recursos de origem ilícita e que Cerveró era o verdadeiro dono do imóvel, ocultando a propriedade para evitar problemas com a Justiça. Em junho do ano passado, o ex-diretor já tinha tomado outra iniciativa que, na prática, escondia bens do alcance da Justiça – ele transferiu três imóveis para os filhos.
Pouco depois de ser preso, Cerveró prestou um primeiro depoimento, em que negou ter dinheiro escondido no exterior e ter recebido propina pela contratação de sondas. O advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor, afirmou que, nesta segunda oitiva, Cerveró deve se reservar ao direito de permanecer em silêncio.
Comentários
Postar um comentário