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Segundo jornal, Marcelo Odebrecht admitirá repasses ilegais para campanhas de Dilma

Ex-comandante do grupo deve afirmar ainda que, em maio do ano passado, alertou Dilma Rousseff para o risco de a Lava-Jato chegar a Santana; ela teria ignorado a questão

Por: Reinaldo Azevedo
Não dá para saber quantos políticos ainda ficarão em pé depois que se conhecer o inteiro teor da delação de Marcelo Odebrecht. A estar de acordo com os fatos a reportagem publicada pela Folha nesta terça, Dilma, que em pé já não está, beija a lona de vez. E não poderá sair por aí contrastando a sua suposta honestidade pessoal com a desonestidade de alguns adversários seus.
Segundo informam Bela Megale, Mario Cesar Carvalho e Walter Nunes, Marcelo deve dizer que controlava, sim, pessoalmente os recursos legais e ilegais que irrigaram as campanhas de Dilma em 2010 e 2014.
Marcelo também teria relatado que esteve com Dilma no México no dia 26 de maio do ano passado, 24 dias antes de ser preso, e lhe teria relatado que a Força-Tarefa estava chegando aos pagamentos ilegais que a Odebrecht havia feito a João Santana na Suíça. Dilma teria dado de ombros.
Pois é… A Força-Tarefa concluiu que Santana recebeu recursos ilícitos no Brasil e no exterior. De acordo com a prestação oficial de contas, foram pagos ao marqueteiro, respectivamente, R$ 42 milhões e R$ 78 milhões pelas campanhas de 2010 e 2014.
O financiamento das campanhas de Dilma, informa a Folha, é um dos 20 itens que Marcelo estaria alinhavando para seu acordo.
Segundo a reportagem, Marcelo não incluirá em seus relatos pagamentos a diretores e gerentes da Petrobras porque isso teria sido feito por outros diretores, que também optaram pela delação, não por ele. Os executivos do grupo teriam reivindicado que ele assumisse também a responsabilidade por esses repasses ilegais, já que o beneficiário teria seria o grupo, mas ele não teria concordado.
A assessoria de Dilma confirmou que ela esteve com Marcelo no México na data citada, mas negou que tivessem tratado do assunto. Tudo não passaria de “suposições”. O PT diz que o partido só recebe recursos legais. A Odebrecht não quis se manifestar. E o advogado de Santana afirmou que só se manifestará nos autos.

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