Pular para o conteúdo principal

Doleira presa há dois anos pela Lava Jato fecha delação e deixa a cadeia

Nelma Kodama foi presa na primeira fase da operação, deflagrada em 2014, quando tentava fugir do país com 200.000 reais escondidos na calcinha. Ela foi condenada por Sergio Moro a 18 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro

A doleira Nelma Kodama depõe na CPI da Petrobras
A doleira Nelma Kodama durante depoimento na CPI da Petrobras(Folhapress)
Depois de dois anos presa pela Operação Lava Jato, a doleira Nelma Kodama deixou a cadeia e voltou nesta segunda-feira para sua casa, em São Paulo. Autoproclamada "Dama do Mercado", ela fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal e deixou a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, com uma tornozeleira eletrônica.
Figura emblemática do escândalo Petrobras e alvo da primeira fase da Lava Jato, Nelma foi presa em 15 de março de 2014 tentando embarcar para a Itália com 200.000 euros escondidos na calcinha. Ela foi condenada no mesmo ano a 18 anos de prisão pelo juiz federal Sergio Moro pela lavagem de 221 milhões de reais em dois anos e pelo envio ao exterior de outros 5,2 milhões de reais por meio de 91 operações de câmbio irregulares.
Em depoimento prestado à Lava Jato em setembro de 2014, a "Dama do Mercado" disse que queria contar toda a verdade porque era uma mulher com os dias contados para morrer. Ela se diz doente e afirma ter passado por 20 cirurgias nos últimos anos. Em maio de 2015, anunciou publicamente que faria delação.
"Eu sou doleira, comprava e vendia moedas no mercado negro. E isso vai constar no termo de colaboração que estou firmando", afirmou, em abril do ano passado, quando deputados da CPI da Petrobras visitaram a capital paranaense para ouvir presos da Lava Jato.
As revelações de Nelma Kodama podem abrir os focos de investigação da Lava Jato. Ela confessou que fazia operações de câmbio para comerciantes da 25 de Março, principal centro do comércio informal de São Paulo.
Ex-namorada do doleiro Alberto Youssef, o principal operador do petrolão, e de outros doleiros investigados pela Polícia Federal, Nelma cantou trecho de uma música de Roberto Carlos para explicar aos deputados da CPI, em maio do ano passado, como era sua relação afetiva. "Sob meu ponto de vista, eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga", disse. "Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela", ironizou, antes de cantarolar �Amada Amante�, sucesso do Rei da Jovem Guarda em 1971.
Em seus e-mails e mensagens interceptados pela PF, Nelma gostava de usar pseudônimos como Greta Garbo, Cameron Diaz e Angelina Jolie.
(com Estadão Conteúdo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.