Pular para o conteúdo principal

Representantes de Marina Silva pediram caixa dois à OAS, diz Leo Pinheiro

Recursos teriam sido repassados para a campanha à Presidência em 2010; ex-senadora diz "não acreditar" que usaram o seu nome para fins ilícitos e pede investigação sobre o caso

 - Atualizado em 
Marina Silva, da REDE, faz avaliação do cenário político após aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados - 18/04/2016
A ex-senadora e candidata à presidência da República em 2010 e 2014 Marina Silva(Wilson Dias/Agência Brasil)
Nas negociações de seu acordo de delação premiada, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro relatou aos procuradores da Lava Jato que representantes da ex-senadora Marina Silva pediram contribuição para o caixa dois da campanha à Presidência, em 2010, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Segundo o executivo, Marina não queria mostrar que estava associada a empreiteiras.
Nas tratativas do acordo, Pinheiro afirmou que os pedidos por contribuição vieram de Guilherme Leal, sócio da Natura e vice na chapa de Marina, e Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha da ex-senadora. Concorrendo pelo PV, Marina perdeu a disputa para a presidente Dilma Rousseff.
Guilherme Leal confirmou que se encontrou com Pinheiro em seu escritório, em São Paulo, em maio de 2010, e que a reunião ocorreu por intermediação de Sirkis. Os dois, no entanto, negam ter recebido contribuições ilícitas. Sirkis afirma que a OAS fez uma doação legal de 400.000 reais para o PV do Rio de Janeiro, que foi registrada na Justiça eleitoral - e, por isso, não aparece na prestação de contas da campanha à Presidência em 2010.
LEIA MAIS:
Em nota enviada ao jornal, Leal repudiou "com veemência" o "ataque a sua honra" e disse que Léo Pinheiro manifestou interesse em doar para o PV. Como resposta, ele disse ao empreiteiro que "eventual contribuição seria bem-vinda, sem qualquer contrapartida ou compromisso, nos estritos termos da lei, isto é, com o devido registro no Tribunal Superior Eleitoral". Segundo o sócio da Natura, a empreiteira não doou para a campanha de Marina, mas sim para o comitê financeiro do PV do Rio.
Também por meio da nota, a ex-senadora Marina Silva, atualmente na Rede, afirmou que não acredita "que nenhum dirigente do PV possa ter usado seu nome sem ter dado conhecimento, ainda mais para fins ilícitos". Ela ainda pediu que as autoridades investiguem o relato de Léo Pinheiro sobre a suposta contribuição ilícita ao PV. "Posso assegurar à opinião pública brasileira que, neste momento em que a sarjeta da política já está repleta de denunciados, o melhor caminho é confiar no trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal", diz o texto enviado por Marina.
O advogado de defesa de Léo Pinheiro afirmou que não poderia se manifestar, pois "as conversas com os procuradores são sigilosas".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular