Lula e família recorrem ao MP contra suposto ‘abuso de autoridade’ de Sergio Moro
Na lista de reclamações, estão a condução coercitiva a que Lula foi submetido no dia 4 de março, ordens de busca e apreensão na casa do ex-presidente e de seus familiares e a prorrogação dos grampos que monitoravam as conversas do petista
Na lista de reclamações, estão a condução coercitiva a que Lula foi submetido no dia 4 de março, quando foi obrigado a prestar depoimento em São Paulo, as ordens de busca e apreensão na casa do ex-presidente e de seus familiares e a prorrogação dos grampos que monitoravam as conversas do político. "Na representação é demonstrado que o juiz Sergio Moro privou Lula de sua liberdade por cerca de seis horas no dia 4 de março, por meio de providência não prevista em lei, (...) a realização de condução coercitiva sem prévia intimação desatendida. [Moro] violou a (...) lei, sobretudo, ao dar publicidade às conversas interceptadas às quais a lei assegura sigilo inequívoco [dos grampos]", criticaram os advogados.
Para os defensores de Lula, a atuação de Moro teria por objetivo "incriminar Lula e seus familiares" com base em supostas "hipóteses e pensamentos desejosos". No caso dos familiares do ex-presidente, os advogados reclamam de interceptações telefônicas e da publicidade das conversas mantidas por Marisa Letícia de forma privada, dos grampos e das buscas e apreensões contra Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, e da coleta de documentos na casa e no local de trabalho de Luis Cláudio Lula da Silva, Sandro Luis Lula da Silva e Marcos Cláudio Lula da Silva, filhos do ex-presidente.
Lula recorre ao STF para fugir de Sergio Moro
Ao invalidar parte dos grampos, o ministro Teori Zavascki criticou enfaticamente o juiz Sergio Moro e determinou que sejam anulados todos os áudios gravados depois da ordem de suspensão dos grampos. Para Teori, também não caberia a Moro decidir dar publicidade às conversas telefônicas e tampouco valorar a utilidade ou não da conversa entre Lula e Dilma sobre a nomeação do ex-presidente para a Casa Civil. "A violação da competência do Supremo Tribunal se deu no mesmo momento em que o juízo reclamado [Sergio Moro], ao se deparar com possível envolvimento de autoridade detentora de foro na prática de crime, deixou de encaminhar a este Supremo Tribunal Federal o procedimento investigatório para análise do conteúdo interceptado. E, o que é ainda mais grave, procedeu a juízo de valor sobre referências e condutas de ocupantes de cargos [com foro privilegiado]. Mais ainda: determinou, incontinenti, o levantamento do sigilo das conversas interceptadas, sem adotar as cautelas previstas no ordenamento normativo de regência, assumindo, com isso, o risco de comprometer seriamente o resultado válido da investigação", atacou Teori
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