Moro reabre ação que envolve executivos da Andrade Gutierrez
Juiz Federal responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba suspendeu o processo em fevereiro, quando os executivos da empreiteira haviam assinado acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal
Ainda que não tenha recebido na íntegra os depoimentos das delações, mas apenas algumas cópias enviadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Moro decidiu retomar a ação e quer interrogar cinco réus que firmaram acordos de colaboração com o Ministério Público Federal, homologados pelo STF em abril.
Os ex-executivos da empreiteira Antônio Pedro Campelo de Souza, Elton Negrão e Flávio Machado deverão falar ao juiz federal no dia 25 de julho, enquanto o ex-presidente da holding Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e o ex-executivo Paulo Dalmazzo serão ouvidos por Sergio Moro no dia 28 de julho. "Quanto aos demais acusados, faculto a possibilidade de serem também reinterrogados se assim o requererem com antecedência de 10 dias das audiências", escreveu Moro.
Delação de executivos da Andrade Gutierrez aponta propina de R$ 150 mi em Belo Monte
No governo Lula, segundo ele, cobrava-se propina de 1% a 5% das empreiteiras interessadas em participar dos consórcios que executavam as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O negociador do pacote de corrupção, de acordo com o empreiteiro, era o ex-ministro Ricardo Berzoini.
Por propinas em obras de estádios da Copa do Mundo, Azevedo incluiu em seu acordo cinco ex-governadores de Estados que sediaram o Mundial: José Roberto Arruda (então no DEM) e Agnelo Queiroz (PT), responsáveis pelas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro, Eduardo Braga (PMDB), ex-governador do Amazonas, e Omar Aziz (PSD), hoje senador.
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