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'Não tenho o que delatar', diz Cunha

Após o Conselho de Ética aprovar o processo de cassação contra o peemedebista, ganharam força os rumores de que o peemedebista poderia colaborar com as investigações da Lava Jato

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - 04/05/2016
O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Folhapress)
Em meio às especulações de que Eduardo Cunha pode recorrer a um acordo de delação premiada para escapar da prisão, o presidente afastado da Câmara usou a sua conta no Twitter nesta quarta-feira para negar a intenção de colaborar com as investigações da Operação Lava Jato. "Não pratiquei crime e não tenho o que delatar", afirmou.
Conforme reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, após o Conselho de Ética aprovar a cassação e em meio às investigações do petrolão fechando o cerco contra ele, Cunha e seus advogados passaram a considerar a possibilidade de um acordo de delação. A medida, de acordo com o jornal, foi discutida em reunião que se estendeu para a madrugada desta quarta-feira.
"Não fiz qualquer reunião ontem. Apenas recebi vários amigos e em nenhum momento se tratou do tema descrito", escreveu Eduardo Cunha na rede social, que também voltou a se dizer inocente.
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A cada dia surgem novas acusações contra Cunha, que já é réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro. Nesta terça-feira, o Banco Central decidiu cobrar do peemedebista e sua mulher, a ex-jornalista Cláudia Cruz, uma multa de 1,1 milhão de reais por manterem bens não declarados no exterior. Também ontem, a 6ª Vara Federal de Curitiba quebrou o sigilo de Cunha e decretou a indisponibilidade de seus bens. Na segunda, o Ministério Público pediu que os direitos políticos dele sejam suspensos pelo prazo de dez anos e que seja condenado a pagar cerca de 20 milhões de reais por evidências de enriquecimento ilícito. Ainda pesa contra ele um pedido de prisão assinado pelo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Nos corredores da Câmara, a possibilidade de delação também é aventada. Na avaliação de deputados, a exemplo de outros delatores do petrolão, pode ser decisiva para a confissão de Cunha o fato de as investigações estarem se aproximando de sua família - Cláudia Cruz virou ré na semana passada após o seu processo ser encaminhado para a 13ª Vara Federal de Curitiba, sob os cuidados do juiz Sergio Moro.
Apesar da tentativa de deixar esse assunto "do outro lado da rua", um aliado do presidente interino Michel Temer, a quem Cunha é próximo, demonstrou preocupação após o Conselho de Ética aprovar a cassação do peemedebista. "Essa conta vai ser alta. Ele não vai cair sozinho", disse

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