Eu não sou de ameaçar, diz Renan sobre pedido de impeachment de Janot
Presidente do Senado diminuiu tom contra chefe do Ministério Público Federal e disse que pedirá um parecer da Advocacia-geral do Senado antes de se posicionar sobre o futuro de Janot
No início da semana passada, foi protocolado mais um pedido de impeachment contra Rodrigo Janot. Duas advogadas alegaram que o procurador-geral deu tratamento diferenciado a políticos do PMDB, alvo dos pedidos de prisão, ao ex-presidente Lula e à presidente afastada Dilma Rousseff, flagrados em uma conversa em que discutiam a nomeação do petista para a Casa Civil. Janot, porém, pediu a abertura de inquérito contra Lula e Dilma por suposta obstrução à Justiça, embora o grampo que comprovava a intenção de ambos de blindar o ex-presidente da atuação do juiz Sergio Moro tenha sido anulado por decisão do STF.
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"Quem me conhece sabe que não sou de ameaçar absolutamente. Esse verbo não faz parte do meu dicionário", disse Renan, flagrado em conversas com o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado discutindo os rumos da Lava Jato e possíveis mudanças legislativas para alterar a legislação sobre delações premiadas. "O senador Renan Calheiros, eleito pelo povo de Alagoas, tem o direito, sim, de se indignar, mas o presidente do Senado não tem o direito de se indignar. Eu não desbordarei do cumprimento do meu papel constitucional", afirmou, ressaltando que a análise do pedido de impeachment contra o chefe do MP será "institucional".
Além de investir contra Rodrigo Janot, Renan Calheiros subiu o tom na última semana e desqualificou integrantes que trabalham com o procurador-geral. Em 2013, com intensa articulação do senador Fernando Collor, o plenário do Senado rejeitou o nome de Vladimir Aras para o Conselho Nacional do MP e o de Wellington Saraiva para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2009, o mesmo aconteceu com o procurador Nicolao Dino, braço direito de Janot no Ministério Público Eleitoral e barrado para o CNMP. "É o caso desses procuradores que integram a força-tarefa continuarem investigando a instituição e investigando os senadores. Será que é razoável fazer isso? Talvez fosse o caso dessas pessoas que foram rejeitadas pelo Senado Federal se impedirem dessa participação [de investigar senadores]", disse na ocasião
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