Pular para o conteúdo principal

Comissão tem bate-boca entre Janaína e Lindbergh por juiz que mandou prender Paulo Bernardo

Senador petista insinuou que a jurista pró-impeachment teria envolvimento na decisão do juiz Paulo Bueno de Azevedo de decretar a prisão do ex-ministro do Planejamento

A advogada Janaína Paschoal discute com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), durante sessão da Comissão Especial do Impeachment, em Brasília
A advogada Janaína Paschoal discute com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), durante sessão da Comissão Especial do Impeachment, em Brasília(/Estadão Conteúdo)
A advogada Janaína Paschoal, que assina o pedido de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff, protagonizou nesta segunda-feira um bate-boca com o senador petista Lindbergh Farias (PT-RJ) ao discutirem os recentes escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato e a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, petista histórico que integrou os governos Lula e Dilma. Janaína Paschoal acusou o senador de medi-la com a "régua do PT" por ter insinuado que ela teria envolvimento na decisão do juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que decretou a prisão de Bernardo. A advogada é orientadora de Azevedo em seu doutorado na USP.
De pronto, Janaína reagiu à indireta. "Meus orientandos são juízes, promotores, advogados, pesquisadores das mais diversas orientações ideológicas. Eles nunca se submeteram a mim, eles nunca me deram satisfação, a não ser da pesquisa, porque o meu papel na universidade é formar pessoas de cabeças livres", rebateu ela. "Por isso tenho inclusive orientandos petistas e os respeito. Os senhores estão me medindo conforme a régua dos senhores, que exige que as pessoas sejam vassalas. É com isso que eu quero acabar nesse país", continuou.
Leia também:
Juiz mantém prisão de Paulo Bernardo e demais investigados na Custo Brasil
Lindbergh Farias elevou o tom e acusou a professora e advogada de estar participando do processo de impeachment por ordem do PSDB. Janaína foi contratada pelo partido, pelo valor de 45.000 reais, para fazer um parecer sobre o processo de destituição de Dilma Rousseff. Em outro momento, assinou com o ex-ministro Miguel Reale Jr. e com Hélio Bicudo a denúncia contra a petista por crime de responsabilidade.
"A senhora não está aqui por idealismo. A senhora começou nesse processo por 45.000 reais contratada pelo PSDB. A senhora é 'useira' e 'vezeira' de falar de todo mundo aqui. Vem aqui e fala de todo mundo. Fica o tempo todo fazendo discurso político. Parece que estou vendo a senhora candidata a deputada federal na próxima eleição", atacou Lindbergh.
Exaltada, Janaína Paschoal fez, na sequência, referência direta às suspeitas de que Lindbergh Farias tenha recebido dinheiro sujo do escândalo do petrolão. "E os 2 milhões da Petrobras?", atacou. A advogada fazia menção às declarações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que disse em acordo de delação premiada que Lindbergh pediu a ele 2 milhões de reais para a campanha de 2010 ao Senado. "Que 2 milhões da Petrobras? Que 2 milhões da Petrobras?", questionou aos berros o senador petista. "Que o Paulo Roberto Costa delatou", retrucou Janaína. Nesse episódio, Lindbergh é alvo de inquérito no STF por possível recebimento de vantagem indevida, suposta prática de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.
"Não sou processado em inquérito e tenho certeza que vou provar a minha inocência nesse processo todo. Não tenho a menor dúvida disso. Uma coisa é doação eleitoral legal para campanha. Outra coisa é quem tem dinheiro na Suíça. Isso ela não vai poder falar de mim. Não tem a menor chance. Nem processado sou. A senhora vem aqui atacar a honra de todo mundo. Não vamos aceitar. Não venha com isso para cima da gente", rebateu o senador. Na sequência, a comissão processante do impeachment continuou a tomar depoimento do deputado e ex-ministro Patrus Ananias (PT-MG), arrolado como testemunha de defesa de Dilma.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p