Moody's: Plano econômico de Trump levaria os EUA a outra recessão
Caso propostas do republicano sejam adotadas, em quatro anos, país terá 3,5 milhões de empregos a menos e a taxa de desemprego subiria dos atuais 5% para 7%, diz relatório
Em um relatório publicado nesta segunda-feira e intitulado "As consequências macroeconômicas das políticas econômicas de Trump", a Moody's Analytics repassou as propostas do magnata imobiliário em matéria fiscal, financeira, migratória e comercial. Com base nelas, a empresa de análise econômica projetou o possível rumo da economia americana.
"No cenário em que todas as políticas que (Trump) defende se transformem em lei como as que propôs, a economia sofreria uma prolongada recessão e seria menor no final de seu mandato de quatro anos do que quando ele chegou à presidência", afirmou o relatório.
Segundo as projeções da Moody's, no final do mandato do republicano haveria 3,5 milhões de empregos a menos nos EUA; a taxa de desemprego subiria dos atuais 5% para 7%; a renda média por lar, descontada a inflação, se estagnaria; e os mercados imobiliário e de capitais perderiam valor.
No entanto, a subsidiária da agência de rating também contemplou outros cenários, como um no qual o Congresso (fosse sob controle republicano ou democrata) limitasse bastante a capacidade de Trump para implementar as políticas que defende em campanha, uma possibilidade que admitiu como "a mais provável".
Se o multimilionário se visse limitado em suas propostas pelo Congresso, a Moody's sustenta que a economia "não sofreria tanto", mas, mesmo assim, "minguaria".
De acordo com as projeções, os que sairiam mais beneficiados com o programa econômico de Trump seriam as famílias com altas rendas, já que, entre outras coisas, seriam as que mais teriam redução de impostos, enquanto os lares de renda média ou baixa se veriam afetados pela perda de empregos derivada de suas demais políticas econômicas.
A Moody's admitiu que quantificar os resultados sobre a economia de uma hipotética presidência de Trump é complicado pela "falta de especificidade de suas propostas", mas, apesar disso, se atreveu a aventurar que, em geral, o peso dos EUA na economia global se reduziria e que o governo federal aumentaria seu déficit e sua dívida.
A projeção de Moody's vai na mesma linha da opinião do presidente e diretor-executivo do American College of Financial Services, Bob Johnson, que nesta semana disse à Agência EFE que os investidores se debatem entre duas opções que não gostam (Hillary Clinton e Trump), embora o "consenso" em Wall Street seja que a ex-secretária de Estado é uma escolha "melhor e mais segura".
"Há um velho provérbio nos mercados financeiros, 'os mercados não gostam de incerteza', e Trump traz consigo um nível sem precedentes de incerteza, tanto à eleição como aos mercados", opinou Johnson.
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