Levy diz que, apesar de redução da meta fiscal, 'não jogou a toalha'
Em entrevista à GloboNews, ministro da Fazenda afirmou que não adianta o governo trabalhar com 'números imaginários'
Nesta quarta-feira, o governo reduziu a meta de superávit primário de 1,1% (66,3 bilhões de reais) para apenas 0,15% (8,74 bilhões de reais) e fez mais um corte de 8,6 bilhões de reais nas despesas deste ano. Na entrevista, Levy disse que é "um equívoco" a especulação de que ele teria sido voto vencido, pois preferia anunciar a redução da meta em um momento mais à frente. "Deve ser um equívoco, nunca disse pra deixar para mais tarde. Eu trabalho com transparência", afirmou.
Ao fazer um balanço do seu trabalho no primeiro semestre do ano, Levy disse que a situação deve melhorar daqui para frente. Ele destacou que o governo vai continuar tomando medidas para colocar as contas em ordem. "Na verdade, o governo aumentou o contingenciamento. O governo vai continuar cortando na carne, mas tem coisas que depende do Congresso", disse.
O ministro destacou que agora a decisão da nova meta precisa do aval do Congresso e disse que está conversando com parlamentares explicar a necessidade do ajuste fiscal. Levy minimizou as derrotas sofridas no Congresso que dificultaram o ajuste e disse que pode ter havido "equívocos", mas que o governo está lidando com a situação.
Nova meta fiscal amplia agonia do governo até 2018
Recuo no ajuste fiscal faz dólar disparar e bolsa fechar em queda de 2,18%
Embora a tese de Levy de deixar o anúncio do corte na meta fiscal mais para a frente tenha sido vencida, ele não perdeu poder nem a confiança da presidente. Ao divergir do ministro Nelson Barbosa, que queria reduzir logo a meta de superávit primário, Levy alertava para o risco de dar sinais contraditórios sobre o ajuste fiscal. Para o ministro da Fazenda, o melhor momento para a mudança, se ela de fato tivesse de ocorrer, seria setembro.
(Com Estadão Conteúdo)
Comentários
Postar um comentário