Pular para o conteúdo principal

Levy diz que, apesar de redução da meta fiscal, 'não jogou a toalha'

Em entrevista à GloboNews, ministro da Fazenda afirmou que não adianta o governo trabalhar com 'números imaginários'

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fala sobre a redução da meta de superávit primário deste ano, durante coletiva no ministério da Fazenda - 22/07/2015
"Nunca disse pra deixar para mais tarde. Eu trabalho com transparência", diz Levy sobre corte na meta de superávit primário (Ed Ferreira/Folhapress)
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que não jogou a toalha ao ter que anunciar a redução da meta de superávit primário. "Nós não jogamos a toalha, pelo contrário, nós vamos continuar a nossa política com muito vigor, mas ela tem que ser uma política realista", disse em entrevista à jornalista Miriam Leitão, transmitida na noite desta quinta-feira pela GloboNews. O ministro também reforçou que o objetivo do governo é diminuir a incerteza da economia e que ajustar a meta não significa afrouxar a política fiscal. "Não é um afrouxamento, mas também não adianta termos números imaginários."
Nesta quarta-feira, o governo reduziu a meta de superávit primário de 1,1% (66,3 bilhões de reais) para apenas 0,15% (8,74 bilhões de reais) e fez mais um corte de 8,6 bilhões de reais nas despesas deste ano. Na entrevista, Levy disse que é "um equívoco" a especulação de que ele teria sido voto vencido, pois preferia anunciar a redução da meta em um momento mais à frente. "Deve ser um equívoco, nunca disse pra deixar para mais tarde. Eu trabalho com transparência", afirmou.
Ao fazer um balanço do seu trabalho no primeiro semestre do ano, Levy disse que a situação deve melhorar daqui para frente. Ele destacou que o governo vai continuar tomando medidas para colocar as contas em ordem. "Na verdade, o governo aumentou o contingenciamento. O governo vai continuar cortando na carne, mas tem coisas que depende do Congresso", disse.
O ministro destacou que agora a decisão da nova meta precisa do aval do Congresso e disse que está conversando com parlamentares explicar a necessidade do ajuste fiscal. Levy minimizou as derrotas sofridas no Congresso que dificultaram o ajuste e disse que pode ter havido "equívocos", mas que o governo está lidando com a situação.
Leia mais:
Nova meta fiscal amplia agonia do governo até 2018
Recuo no ajuste fiscal faz dólar disparar e bolsa fechar em queda de 2,18%
Dilma - A presidente Dilma Rousseff ficou muito contrariada com informações dando conta de que Levy perdeu a disputa com o titular do Planejamento, Nelson Barbosa, sobre a redução da meta fiscal. Antes do almoço, ela chegou a telefonar para assessores pedindo que destacassem a importância de Levy para o governo. "Levy é o avalista da política econômica", disse um auxiliar da presidente. A preocupação de Dilma, ao longo desta quinta, foi desfazer a imagem de que o ministro da Fazenda estaria enfraquecido.
Embora a tese de Levy de deixar o anúncio do corte na meta fiscal mais para a frente tenha sido vencida, ele não perdeu poder nem a confiança da presidente. Ao divergir do ministro Nelson Barbosa, que queria reduzir logo a meta de superávit primário, Levy alertava para o risco de dar sinais contraditórios sobre o ajuste fiscal. Para o ministro da Fazenda, o melhor momento para a mudança, se ela de fato tivesse de ocorrer, seria setembro.
(Com Estadão Conteúdo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular