Dólar tem maior alta em quase 2 meses e alcança R$ 3,22
Avanço reflete preocupações com a situação fiscal do país e expectativas de juros mais altos nos EUA ainda neste ano
No âmbito dométisco, as atenções do mercado se voltaram para a expectativa de anúncio de uma nova meta de superávit primário para este ano, pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, nesta tarde, Duas fontes do governo afirmaram à Reuters que a meta fiscal este ano será reduzida de 1,1% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Uma das fontes disse que o objetivo para 2016 também será reduzido.
"Uma redução muito significativa na meta pode alertar as agências (de classificação de risco) de que a situação no Brasil vai demorar muito mais para melhorar", disse o operador Glauber Romano, da corretora Intercam.
A grande preocupação do mercado é que o Brasil, por conta da deterioração das contas públicas, venha a perder o cobiçado grau de investimento pelas agências de classificação de risco. "A chance de perder o grau de investimento assusta muita gente, principalmente estrangeiros. Se parecer que o Brasil está caminhando para isso, o mercado vai piorar significativamente", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
O mercado já precificou a possibilidade de a agência Moody's de cortar o rating soberano brasileiro para o último patamar dentro do grau de investimento, depois de recente missão da agência ao país, mas teme que a agência atribua perspectiva negativa para a nota.
No mercado internacional, o dólar também se fortalecia em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano, dando continuidade à escalada das últimas semanas em meio a expectativas de que os juros nos EUA devem subir ainda neste ano. O aperto monetário na maior economia do mundo pode atrair para lá recursos aplicados em outros países, como o Brasil.
Dilma diz que Brasil está em um ano de "travessia"
Meta fiscal deve passar de 1,1% para 0,15% do PIB
(Com agência Reuters)
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