Levy: 'Ou mudamos a fiação ou vai dar curto-circuito'
Em entrevista concedida a jornal, Levy afirma que a redução da meta do superávit poderia ter sido menor se o Congresso tivesse agilizado a aprovação de medidas do pacote fiscal
"O protagonismo do Congresso até agora tem sido na direção de enfraquecer a meta, pelas mais diversas razões. O Congresso, por exemplo, transformou o Profut (refinanciamento de dívidas de clube de futebol) em algo muito diferente do que havíamos proposto, sem que fique evidente que vai melhorar alguma coisa para os clubes. Mais uma vez, a sinalização foi de relaxamento fiscal. Podemos algo mais forte, mas não faz sentido que não esteja alinhado com a sinalização que temos recebido", afirmou o ministro.
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"É uma realidade que se impôs, não tem problema, mas temos de entender os mecanismos. Na verdade, estaríamos em 0,5% do PIB de meta de superávit, porque, se tivesse passado a desoneração, e as outras coisas também teriam passado. Hoje, a presidente tem de vetar o fim do PIS-Cofins sobre o óleo diesel. É o que estamos vivendo. É um trabalho de persuasão que temos de fazer com tranquilidade e persistência".
Perguntado sobre as razões que levaram o país a sofrer uma forte recessão na economia, Levy citou a queda no preço das commodities, "variados fatores domésticos" e as incertezas do cenário externo. "Venho alertando desde o início do ano que nossos parceiros mudaram de ritmo, e temos de nos ajustar a isso, pensando não só nos próximos meses, mas nos próximos anos. E fazer mudanças estruturais. Até brinquei: 'Ou mudamos a fiação ou vai dar curto-circuito'."
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