Quando Lula tentou traduzir a nota da S&P...
Os tempos eram outros: a economia brasileira avançou 5% em 2008, a inflação não passava do nível de 6%, e a taxa básica de juros (Selic) estava em 11,75%, em abril. Sete anos depois, esse cenário de crescimento econômico, calcado sobretudo no consumo, inverteu-se: a expectativa para 2015 é que o PIB encolha até 2%; que a inflação ultrapasse a barreira dos 9%, e que os juros cheguem a 14%. Não bastassem os números ruins, o governo ainda enfrenta forte resistência no Congresso para aprovar o pacote fiscal e sente os efeitos dos desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras. Não é por menos que a S&P cogita rebaixar a nota de crédito do Brasil. Nesta terça, a agência de classificação de riscos alterou a perspectiva do rating do país de estável para negativa, dando a entender que, se não houver mudanças, o país perderá o grau de investimento.
No final do seu discurso, Lula ainda disse se considerar um "presidente de sorte" por ter alcançado tal feito. "Quis Deus que fosse exatamente no momento em que um presidente de sorte assumisse a Presidência da República", exclamou. Seguindo o seu raciocínio, será que Dilma Rousseff pode ser considera uma presidente azarada? (Eduardo Gonçalves, de São Paulo)
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