Obras da Odebrecht no Equador foram superfaturadas em 48%
Construtora recebeu também 58 milhões de dólares em aditivos sem justificativa. Negócios da empresa foram monitorados pela diplomacia americana
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O governo americano acompanhava o caso e a embaixada em Quito indicou, em telegramas ao Departamento de Estado dos EUA, que a real razão para suspensão dos contratos era suspeita de corrupção, mesmo antes da divulgação dos fatos pelo governo local. O presidente equatoriano, Rafael Correa, mandou cancelar o contrato. Depois de alguma negociação, a empresa decidiu fazer a obra pelos 80 milhões dólares, o que foi aceito pelo governo equatoriano. O contrato não foi adiante quando a Odebrecht foi expulsa do Equador por problemas em outro contrato, o da usina hidrelétrica de San Francisco.
Em outro telegrama, o embaixador informa sobre uma investigação da controladoria que apontava que o contrato da usina teria recebido dez aditivos, sendo que cinco foram considerados injustificáveis. Em um deles, a Odebrecht recebeu 13,8 milhões de dólares em reparação por um problema geológico que paralisou uma perfuradora, mas a empresa teria um seguro que cobriria esse tipo de incidente. Outros dois aditivos feitos ao contrato previam obras de sustentação em um túnel da usina e que não foram feitas na totalidade. A controladoria concluiu que a empreiteira recebeu 58 milhões de dólares sem justificativa.
A empreiteira nega as acusações feitas pela diplomacia dos EUA.
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