Recuo no ajuste fiscal faz dólar disparar e bolsa fechar em queda de 2,18%
Moeda americana encosta em R$ 3,30, enquanto Bovespa despenca, impactada por reação indigesta dos mercados ao corte da meta fiscal
O dólar avançou 2,17%, a 3,295 reais na venda, maior patamar de fechamento desde 19 de março, quando a divisa ficou em 3,296 reais. Com isso, a moeda norte-americana voltou a se aproximar das máximas em doze anos atingidas pela última vez em março.
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Dólar encosta em R$ 3,30 após anúncio sobre redução da meta fiscal
Na véspera, o governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para 8,74 bilhões de reais, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 66,3 bilhões de reais (1,1% do PIB), previstos até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até 26,4 bilhões de reais que, no limite, pode até gerar novo déficit.
As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2% do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.
Operadores também entenderam que a decisão representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em seus esforços para reequilibrar as contas públicas brasileiras. "Se parecer que o Levy vai continuar perdendo as batalhas, o mercado vai começar a colocar no preço a possibilidade de ele sair do governo, e aí sim o dólar explode", disse o operador de um importante banco internacional.
Nesse quadro, o dólar chegou a atingir 3,299 reais na máxima desta sessão, debatendo-se com resistência no patamar de 3,30 reais. Segundo operadores, alguns investidores não acreditam que a divisa encontrará forças para superar esse patamar e, por isso, aproveitaram os avanços para vender.
(Com Reuters)
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