Pular para o conteúdo principal

Dólar fecha a R$ 3,36 — maior cotação em 12 anos

Valorização da moeda americana ante o real é reflexo do receio dos investidores em relação aos rumos da economia brasileira e à queda acentuada da bolsa chinesa

Real/Dólar
Dólar chega a ser cotado a 3,37 reais na bolsa de São Paulo(AFP)
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, voltando a atingir o patamar mais elevado dos últimos doze anos, a 3,36 reais, com alta de 0,51%. Trata-se do maior valor desde 27 de março de 2003. Desde quarta-feira, acumula alta de 6,01%. A moeda americana chegou a ser cotada a 3,37 reais por volta das 9h20. A forte valorização da divisa frente ao real reflete as preocupações dos agentes econômicos com a queda acentuada da bolsa chinesa e as incertezas quanto ao cenário da economia brasileira.
Os investidores seguem com receio quanto à capacidade de o país conseguir cumprir a meta fiscal neste ano e a possibilidade de perda do grau de investimento. As bolsas asiáticas, por sua vez, encerraram o pregão em baixa nesta segunda, arrastadas pela queda de 8,5% da bolsa da China - a maior perda em oito anos.
Entre os indicadores que pautaram o mercado internacional, o governo chinês informou que o lucro industrial no país teve recuo anual de 0,3% em junho, após avançar 2,6% em abril e 0,6% em maio.
Esse contexto castigou as moedas de países emergentes, incluindo o real, que ainda está sob o impacto da revisão das metas fiscais até 2017. O dólar no Brasil já abriu bastante pressionado, mas no meio da manhã o avanço perdeu força com alguns investidores aproveitando para realizar lucros. Naquele momento, o dólar chegou a ser negociado em baixa, em meio ainda ao início da movimentação dos players vendidos em dólar visando o fechamento da ptax das 13 horas.
Na contramão da tendência das moedas de países exportadores de commodities, o euro subiu diante do dólar, amparado pela melhora do índice de sentimento das empresas da Alemanha acima do esperado.
Na última sexta-feira, o dólar fechou o dia cotado a 3,34 reais - o maior valor desde 1º de abril de 2003, quando foi negociado a 3,35 reais.
Desconfiança - Na quarta-feira passada, o governo reduziu suas metas fiscais para este e os próximos dois anos, abrindo brecha inclusive para déficit primário em 2015. A decisão surpreendeu e decepcionou investidores, que entenderam a manobra como sinal de menor comprometimento com o reequilíbrio das contas públicas e temem que o Brasil possa vir a perder seu grau de investimento.
"A combinação de política monetária apertada e superávits primários modestos implica significativa deterioração das dinâmicas de dívida do Brasil", escreveram analistas do JPMorgan em apresentação a clientes, estimando que a dívida bruta deve alcançar 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.
A perspectiva de mais altas do dólar renovou o foco nas intervenções do Banco Central no câmbio, uma vez que o fortalecimento da moeda norte-americana tende a pressionar a inflação ao encarecer importados. Operadores esperam sinalização sobre qual fatia dos swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em setembro, será rolada.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p