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Advogada de delatores do petrolão renuncia a clientes

Beatriz Catta Preta era responsável pela defesa de Julio Camargo, lobista que implicou presidente da Câmara no esquema criminoso

CPI mista da Petrobrás ouve ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, no Congresso Nacional, em Brasília/DF, nesta quarta-feira (17)
Catta Preta (ao fundo) acompanha depoimento de Paulo Roberto Costa à CPI da Petrobras(Folhapress)
A criminalista Beatriz Catta Preta renunciou à defesa do lobista Julio Camargo, delator do petrolão que implicou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no esquema. Ela também renunciou à defesa de outros dois delatores da Operação Lava Jato: Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras, e o lobista Augusto Ribeiro de Mendonça. A renúncia foi comunicada pela advogada à Justiça Federal no Paraná por meio de petições protocoladas nos processos em que os três delatores são réus.
Na semana passada, Julio Camargo, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, revelou ter sofrido pressão do presidente da Câmara para pagar propina de 5 milhões de dólares. O valor seria referente a dois contratos de 4 bilhões de reais da estatal para a contratação de navios-sonda. A advogada foi convocada no começo do mês pela CPI da Petrobras para prestar esclarecimentos sobre a origem do dinheiro com que os investigados custeiam suas defesas. Pouco antes, ela conseguiu no Supremo Tribunal Federal suspender a acareação agendada pela comissão entre Barusco e Renato Duque.
"Beatriz Catta Preta e Luiz Henrique Vieira, advogados que esta subscrevem, constituídos nos autos do processo em epígrafe e demais procedimentos oriundos da denominada Operação Lava Jato, vêm, com fundamento no artigo 5º, § 3º, da Lei nº 8.906/94, manifestar suas renúncias ao mandato que lhe fora outorgado por Pedro José Barusco Filho", comunicou a advogada em uma das petições.
Catta Preta foi artífice da fase mais explosiva da Lava Jato. Sob sua orientação, o primeiro delator, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, revelou o amplo esquema de corrupção que tomou conta de diretorias da estatal. Ele apontou ainda nomes de deputados, senadores e governadores que teriam recebido porcentual de propinas pagas por empreiteiras. Depois da delação de Costa, a criminalista renunciou à causa, assumida pelo advogado João Mestieri.
No último dia 20, segunda-feira, Beatriz Catta Preta enviou e-mail para os delatores, informando sobre sua decisão. "Prezado Sr. Pedro Jose Barusco Filho, Boa tarde. Vimos pela presente notificá-lo da renúncia a todos os poderes a nos outorgados por Vossa Senhoria. Comunicamos que Vossa Senhoria deverá constituir novo procurador no prazo de dez dias a contar desta data. No mais, até o termo final do prazo acima, seremos responsáveis por Vossa defesa em ações e procedimentos em andamento, exceto perante CPI, CADE, CGU, Receita Federal, dentre outros. Atenciosamente, Beatriz Catta Preta", escreveu para o ex-gerente de Engenharia da Petrobras.
(Com Estadão Conteúdo)

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