Economia em retração não impede BC de elevar Selic a 14,25%
Trata-se do sétimo aumento seguido da taxa básica de juros, que vai ao maior patamar desde agosto de 2006
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso e Sidnei Corrêa Marques.
O comunicado publicado nesta quarta sinaliza, contudo, que a alta dos juros deve ser momentaneamente suspendida. "O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016", informou o BC, em nota. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 1º e 2 de setembro de 2015.
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O BC afirmou, também em nota, que a abstenção ocorreu ""a fim de evitar possíveis prejuízos à imagem do Banco Central do Brasil, sendo essa decisão em caráter pessoal e irretratável". O BC informou ainda que acolheu os esclarecimentos dados por Volpon sobre suas declarações públicas.
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Trata-se do sétimo aumento seguido da Selic, que permanece no maior patamar desde agosto de 2006, quando chegou a 14,25% ao ano. Na reunião de junho, a autoridade monetária já havia aumentado a Selic em 0,50 ponto, a 13,75%.
O mercado já vinha se preparando para um ajuste dessa magnitude, após autoridades do BC repetirem em diversas ocasiões que os avanços no combate à inflação ainda se mostravam insuficientes. O BC iniciou o ciclo de aperto monetário em outubro, logo após as eleições presidenciais, elevando inicialmente a Selic em 0,25 ponto porcentual, a 11,25% ao ano. Em todas as reuniões do Copom subsequentes o aumento foi de 0,50 ponto porcentual.
Segundo o último boletim Focus, divulgado pelo BC, a estimativa é de que os juros terminem 2015 em 14,25% ao ano e que comecem a cair no ano que vem.
O novo aumento acontece em um momento em que a economia não dá sinais de recuperação e afeta fortemente o mercado de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, o PIB recuou 0,2% e as perspectivas de mercado para a retração econômica este ano já superam 2%, entre os mais pessimistas. Já o desemprego está em 6,9%, segundo o último dado do IBGE, referente a junho.
A alta do dólar também tem tido impacto inflacionário. Na terça-feira, dia em que a Standard & Poor's alterou a perspectiva da nota do Brasil para o campo negativo, acendendo o alerta do rebaixamento, a moeda americana chegou a bater 3,43 reais, o maior valor em 12 anos. Nesta quarta, recuou, fechando a 3,32 reais.
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