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Clube do bilhão pagou R$ 8 milhões a José Dirceu

Envolvidas no petrolão, OAS, UTC, Engevix, Galvão Engenharia e Camargo Corrêa estão na lista dos 50 clientes do ex-ministro mensaleiro

O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, na chegada à Vara de Execuções Penais em Brasília, para audiência com o juiz que irá liberá-lo para cumprir o restante de sua pena em casa, em regime aberto - 04/11/2014
O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, na chegada à Vara de Execuções Penais em Brasília, para audiência com o juiz que irá liberá-lo para cumprir o restante de sua pena em casa, em regime aberto - 04/11/2014(/Folhapress)
Cinco gigantes da construção civil desembolsaram, no período de 2006 a 2013, pelo menos 8 milhões de reais para a JD Consultoria, empresa do ex-ministro mensaleiro José Dirceu. Elas compõem o chamado clube do bilhão, conjunto formado pelas maiores empreiteiras do país para fraudar contratos com a Petrobras e distribuir propina a políticos e partidos. A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga se a empresa do petista foi usada para receber recursos do propinoduto montado na petroleira.
Os dados foram reunidos pela Receita Federal após a Justiça ter autorizado a quebra dos sigilos bancário e fiscal do petista. Os valores são ainda maiores se somadas outras empreiteiras também citadas no escândalo do petrolão, como a Egesa, que transferiu sozinha 480.000 reais, e a Serveng, que liberou 432.000 reais para a JD.
Leis mais: Dirceu faturou 29 milhões de reais em consultoria
Saiba quem eram os clientes do 'consultor' José Dirceu
De acordo com documentos da Receita Federal, as empresas de construção foram generosas com os serviços de consultoria do ex-homem-forte do governo Lula: a OAS pagou quase 3 milhões de reais à empresa de Dirceu, com parcelas anuais de 360.000 reais. A UTC transferiu 2,3 milhões de reais. Engevix (1,1 milhão de reais), Galvão Engenharia (750.000 reais) e Camargo Corrêa (900.000) completam a lista de "clientes" da consultoria de José Dirceu.
Os investigadores suspeitam que os serviços de empresa de Dirceu, a despeito de a companhia ter anexado notas fiscais ao processo, são, na verdade, propina paga pelas construtoras. Foi essa suspeita, aliás, que motivou a juíza Gabriela Hardt a ter autorizado, em janeiro, a suspensão dos sigilos do mensaleiro e de sua empresa. As revelações de propina para os cofres de petistas têm ganhado corpo a cada delação premiada firmada com colaboradores da Justiça.
Depois de o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco ter estimado que o PT recebeu até 200 milhões de dólares em dinheiro sujo do esquema, o vice-presidente comercial da gigante Camargo Corrêa, Eduardo Leite, afirmou às autoridades que se encontrou pessoalmente com o tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto e que o petista cobrou sua fatia do suborno distribuído pela empreiteira em troca de facilidades em obras da Petrobras.
Farmacêutica - Embora as companhias do clube do bilhão apareçam como clientes assíduos dos serviços de Dirceu, a empresa que mais bem remunerou o ex-ministro da Casa Civil foi uma farmacêutica, que teve desempenho milagroso na era Lula e Dilma. A EMS, sediada em Hortolândia (SP) e com capital social declarado à Receita de 221,7 milhões de reais, gastou um total de 7,8 milhões de reais com o ex-ministro. A empresa liderou a venda de genéricos no período em que contratou a JD Consultoria. As investigações da Lava Jato indicam que a EMS teria se associado ao laboratório Labogen, empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, para a produção de 35 milhões de comprimidos de cloridrato de sildenafila (o Viagra), recomendado pelo Ministério da Saúde.
Outra farmacêutica que fez questão de manter o ex-ministro bem remunerado foi a Hypermarcas, do empresário João Alves de Queiroz Filho, o Júnior. Apesar de a Receita ter detectado um contrato de apenas 20.000 reais com a JD, a Monte Cristalina, uma holding que administra os negócios de Júnior, desembolsou 1,590 milhão de reais em benefício do mensaleiro.
Na lista de clientes da "consultoria" de Dirceu, aparece ainda a Jamp Engenheiros Associados, uma empresa do lobista Milton Pascowitch, que foi alvo da nona fase da Lava Jato, batizada de My Way. O lobista pagou 1,457 milhão reais para Dirceu.

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