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    Turbulência política faz dólar fechar a R$ 3,29

    Investidores reagiram mal à fala da presidente Dilma de que não será feita uma reforma ministerial. Demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação também pesou

    Notas de dólar com moeda de libra
    Notas de dólar com moeda de libra(Christopher Furlong/Getty )
    O dólar terminou esta quinta-feira em alta de 2,56%, a 3,2965 reais na venda, maior nível de fechamento desde 1º de maio de 2003, quando atingiu a 3,315 reais na venda. Na máxima da sessão, o dólar atingiu 3,3084 reais, maior nível também desde 1º de maio de 2003, após a presidente Dilma Rousseff negar que realizará uma reforma ministerial. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,3 bilhão de dólares.
    A declaração da presidente frustrou a expectativa de que mudanças no Executivo poderiam atenuar a rebeldia no Congresso. O mercado também reagiu à demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação nesta quarta-feira. A decisão de Cid foi tomada depois de uma sessão tumultuada na Câmara dos Deputados em que houve bate boca entre congressistas e o ex-ministro. "O mercado reage à Dilma agora da mesma forma que parte da população se manifesta, com panelaço, quando ela começa a falar", comparou o operador Ovídio Pinho Soares, da corretora Icap do Brasil.
    O fato é um ingrediente adicional que tensiona a já complicada relação do governo com a base aliada, o que pode dificultar o andamento do ajuste fiscal. "O custo político de fazer o ajuste está cada vez mais alto e o mercado não gosta disso", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
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    No radar dos investidores estiveve o encontro do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, com representantes da Fitch, que estiveram nesta quarta-feira com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Embora nos mercados haja o temor de que um rebaixamento da nota de crédito do país esteja próximo, o governo estaria mais confiante agora de que conseguirá convencer a agência de que conduzirá o ajuste fiscal necessário e cumprirá a meta de superávit primário de 1,2% para este ano.
    A divisa havia fechado em queda na quarta pelo terceiro dia seguido reagindo ao tom de cautela adotado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em seu comunicado de política monetária. "O rali de moedas emergentes após a conclusão da reunião do Fed de ontem se provou pouco duradouro", escreveram analistas da Capital Economics em nota a clientes. Nesta quinta, contudo, o dólar se valorizou em relação às demais moedas.
    Outro fator de incerteza no mercado doméstico é a dúvida sobre o futuro do programa de atuações diárias do Banco Central, marcado para durar até o fim deste mês. Muitos operadores acreditam que o governo vem sinalizado que deixará de ofertar swaps cambiais diariamente, apesar da volatilidade recente. As operações de swap equivalem à venda de dólar no mercado futuro pelo BC. Na quarta-feira, Tombini disse que ainda não está definido se os leilões continuarão por mais tempo, o que adiciona mais instabilidade ao mercado de câmbio.
    "Parece que as autoridades estão prontas para permitir que o programa termine, já que o plano anti-inflação agora depende mais da política de juros e de melhorar o resultado primário", escreveram estrategistas do Bank of America Merrill Lynch em relatório.
    (Com agência Reuters)

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